Esta frase está escrita num muro no final da Avenida em Ponta Delgada. Todos nos já a vimos e lemos inúmeras vezes. Sempre que ali passo deixa-me a pensar por uns segundos. A frase é enigmática e inspiradora. Gosto da frase.

Às vezes faz-me questionar tudo e todos. Outras vezes transporta-me para destinos e mundos longínquos. E, ainda, muitas das vezes deixa-me com um sorriso. Passar por aquela frase faz parte do roteiro de fim-de-semana. Aqueles pequenos passeios de carro sem qualquer destino previamente definido.

Se calhar, sem dar conta, estou a procurar concretizar a frase que tanto aprecio. Hoje, como é dia de reflexão, lembrei-me de tão curiosa frase. Amanhã será dia de escolher por onde queremos ir. Mas será mesmo? Tenho dúvidas. Gosto de ter dúvidas.

A decisão que a maioria tomar é isso mesmo: uma decisão. Uma decisão sobre uma parte ínfima da vida de cada um. Nada mais do que isso. Tudo o que realmente importa não está nessa decisão. Nenhuma decisão colocará em causa a “minha” frase.

Será (sempre!) por onde formos. O caminho, sendo percorrido em conjunto pela sociedade, é traçado individualmente. A responsabilidade é individual. O que não quer dizer que sejamos individualistas. E muito menos narcisistas. Nada disso. Cada um é livre.

Haverá sempre quem prefere seguir em rebanho. Quem abdica de parar para pensar em silêncio. Quem não questiona. Este tipo de opção é totalmente legitima. Como é igualmente legítimo quem lê a frase com outros olhos ou de outro ângulo. Inclino-me para esse lado.

Não por ser melhor ou pior. Nada disso. Trata-se, apenas e só, de uma opção por um determinado modo de vida. Sempre dispensei falsos paternalismos, tutores e afins. A minha consciência é o meu farol. E talvez por isso gosto ainda mais da frase. Frase curta e que me diz sempre tanto.

Não sei quem a escreveu. Desconheço o motivo para o ter feito. Mas estou grato. Sempre que ali passo nunca fico indiferente. Aquelas palavras são sempre um convite a um tempinho de reflexão. Mesmo com o carro cheio, com conversas cruzadas, risos e música, consigo no meu silêncio dar uma resposta a cada passagem por ali. Hoje e amanhã isso voltará a acontecer.

A resposta de hoje não será a mesma de amanhã e também não deverá ser igual à da próxima semana. Será por onde formos. Sempre!

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