Há pouco mais de três anos, no debate entre os candidatos de São Miguel, eu disse que as Escolas públicas recebem todos os problemas sociais, e que lhe é exigido dar-lhes resposta, mas sem a dotar dos meios adequados. Passado este tempo, a realidade apenas se agravou, porque os problemas sociais cresceram de forma dramática.
A dificuldade na fixação de docentes em todas as Escolas resolve-se com a aplicação dos sempre prometidos, mas sempre adiados, incentivos à fixação. As inúmeras interferências da tutela na vida interna das escolas limitam a sua autonomia. São inaceitáveis as pressões para reduzir administrativamente o insucesso escolar e as retenções, e não como resultado das aprendizagens, porque os meios pedagógicos são negados pelo governo regional! Ao mesmo tempo, os orçamentos das escolas são claramente insuficientes, de tal forma que em setembro já estão esgotados, levando a situações que, se fossem vistas num filme, seriam cómicas. Sendo reais, são trágicas…
A Educação Inclusiva foi desvirtuada pela falta de meios fornecidos às escolas. Em vez dos instrumentos pedagógicos que seriam necessários, o governo regional ofereceu aos docentes mais burocracia e tarefas administrativas, sem qualquer efeito prático.
O sistema de tutorias pode orientar os alunos, sobretudo quando as famílias não conseguem apoiá-los. Os docentes tutores fazem um trabalho de grande proximidade com estes alunos, com eficácia comprovada, ajudando-os a adquirir estratégias para ultrapassar as suas dificuldades. No entanto, como o governo regional não permite atribuir tempo para esta função, a sua aplicação acaba por ser residual.
Os bolseiros apoiam alunos com situações de saúde dramáticas. Neste momento, faltam bolseiros para apoiar todos os alunos que precisam. E o que fez o governo regional? Definiu critérios de exclusão de alunos! Ou seja, há alunos com doenças gravíssimas, que precisam de apoio constante, que ficaram desapoiados, com prejuízo das suas aprendizagens, da sua saúde e do trabalho dos professores e educadores. O que seria adequado era contratar funcionários com formação adequada para esta importante função, mas o governo regional prefere ignorar o problema.
É esta a proposta da CDU! Dar condições às escolas para fazerem aquilo que fazem melhor! Há que fazer as obras sempre adiadas. Há que lhes dar as condições para implementar as estratégias e as pedagogias que se revelarem necessárias. No fundo, é urgente dotar as Escolas dos meios necessários, tanto materiais como humanos. Sobretudo humanos, com docentes, técnicos especializados e funcionários que faltam todos os dias e que se revelam necessários!