A porta-voz do PAN considerou hoje que futuros entendimentos eleitorais nos Açores vão depender da força política “em condições” de formar governo e próxima dos valores do partido, traçando uma “linha vermelha” em relação ao Chega.
Questionada sobre futuros entendimentos, a porta-voz do PAN afirmou que “vai depender sempre daquilo que seja a força política que esteja em condições de formar governo e de se aproximar das causas e valores que o partido representa”.
A deputada ressalvou que o Chega “é uma linha vermelha”, uma vez que o partido não negoceia com “forças antidemocráticas que põem em causa o Estado de Direito”.
Sousa Real, que acompanhou hoje o líder do PAN/Açores numa ação de rua baixa de Ponta Delgada, considerou “fundamental garantir a manutenção da representação parlamentar, aumentando sempre” a sua expressão.
Questionada sobre a opção de celebrar um acordo de incidência parlamentar na Madeira e não nos Açores, considerou que “há diferenças, uma vez que no caso da Madeira não existem, por exemplo, touradas, as linhas ideológicas são diferenciadoras de um arquipélago para o outro”.
“Mas seja como for, no dia 04 de fevereiro, teremos oportunidade, e vamos certamente reforçar a nossa posição aqui nos Açores e iremos fazer essa avaliação”, afirmou a dirigente do PAN.
A porta-voz do PAN disse que, na Madeira, o partido “foi a força política que atuou como um tampão da extrema direita e que demonstrou à região autónoma, mas também ao país, que não precisa estar refém de maiorias absolutas nem de forças antidemocráticas”
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.