O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Comércio, Escritórios, Hotelaria e Turismo alertou hoje que existem “cada vez mais” açorianos e famílias que pedem ajuda ou estão em situação de sem-abrigo, devido à atual situação económica.

“Mesmo para quem duvida das estatísticas, a realidade é indesmentível, são cada vez mais os açorianos a recorrer ao Banco Alimentar, à Cáritas e a outras instituições, a solicitar ajuda a familiares e amigos, a pedir esmola ou em situação de sem-abrigo”, afirma o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo, Transportes e Outros Serviços dos Açores (SITACEHTT/Açores).

Em comunicado de imprensa, o sindicato manifesta estar “cada vez mais preocupado com a situação social e económica nos Açores”, nomeadamente com a situação das famílias, especialmente as mais desfavorecidas, com “graves situações de pobreza e de exclusão social”.

“A pobreza é evidente e a primeira forma de a combater passa por ter a humildade de a reconhecer”, defende o SITACEHTT.

Citando os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), apresentados no Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos, o sindicato lembra que a taxa de risco de pobreza nos Açores “aumentou para 26,1%”, o que coloca o arquipélago como a região do país com “os valores mais elevados de pobreza”.

“As famílias açorianas continuam a ser empurradas para situações de pobreza real, porque os rendimentos do trabalho dos membros do agregado familiar não são suficientes para garantir a sua subsistência”, aponta o sindicato, alertando que os trabalhadores dos Açores têm “um custo de vida agravado pela insularidade” e um mercado de trabalho regional que assenta “essencialmente em trabalho precário e num modelo de baixos salários”.

“Ter um emprego deixou de ser suficiente para afastar a pobreza”, lê-se no comunicado.

Segundo o SITACEHTT/Açores, “os baixos salários contrastam com os níveis de acumulação e centralização das grandes empresas”, assinalando, em concreto, a situação nos setores da hotelaria e do comércio.

O sindicato defende como um das reivindicações dos trabalhadores, junto do próximo Governo Regional, que sair das regionais antecipadas de 04 de fevereiro, o aumento do valor do acréscimo regional ao salário mínimo nacional de 5%, para 10%, medidas a curto, médio e longo prazo que permitam “a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar” dos trabalhadores açorianos.

“A melhoria dos rendimentos dos trabalhadores e das famílias açorianas estimula o consumo, o que contribui para o aumento da produção e das vendas das empresas, a criação de mais emprego e o crescimento da economia. Ao mesmo tempo, este aumento tem também efeitos positivos no crescimento das contribuições para a segurança social, ajudando a melhorar a sustentabilidade financeira do sistema”, sustenta o sindicato.

O SITACEHTT compromete-se a lutar pela redução do período normal de trabalho máximo para as 35 horas semanais, para “todos os trabalhadores nos Açores, sem aumento da jornada diária e sem redução de retribuição”.

PUB