O candidato à liderança do PS Pedro Nuno Santos disse segunda-feira que o líder do PSD quando se apresenta aos pensionistas “não é confiável” e a diferença entre socialistas e social-democratas é na relação com o povo.

“O líder do PSD [Luís Montenegro] quando se apresenta perante os pensionistas prometendo aumentar pensões, tem um grave problema, um problema de falta de credibilidade. Ele tem que prometer fazer diferente daquilo que [os social-democratas] sempre fizeram. Não é confiável”, afirmou.

Pedro Nuno Santos falava na segunda-feira à noite, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, onde participou num encontro com militantes e simpatizantes.

Na sua intervenção garantiu que “quando um líder do PS diz que quer melhorar os rendimentos dos pensionistas, os pensionistas sabem que esse líder do PS está apenas a dizer que quer continuar a fazer o que andaram sempre a fazer”.

“Porque aquilo que nós fizemos, nos últimos oito anos foi, desde logo, permitir que a lei de atualização das pensões funcionasse. Coisa que não funcionou durante os anos deles, porque a congelaram. Mas, em cima disso, nós fizemos seis aumentos extraordinários das pensões mais baixas que, aliás não contaram com o voto favorável do PSD”, acrescentou.

E prosseguiu: “A diferença entre nós e eles é que nós temos credibilidade quando aparecemos perante os pensionistas, perante quem trabalhou uma vida inteira e perante os trabalhadores”.

“Os portugueses sabem que nós só estamos a prometer fazer o que temos feito. E é isso que, obviamente, nós continuaremos a fazer”, garantiu.

Depois de reconhecer que no país ainda existem muitos problemas para resolver, referiu que a diferença entre socialistas e social-democratas reside no facto de os socialistas terem “uma relação diferente com o povo”: “Eles não têm a empatia para sentir o problema dos outros”.

Na sua intervenção, o candidato às eleições diretas do PS também salientou que os Açores são “uma oportunidade de desenvolvimento nacional”.

“Portugal é uma comunidade nacional e os Açores, dentro de Portugal, são uma comunidade regional fortíssima. Não é assim que o PSD vê as nossas sociedades. Nem Portugal, nem depois a Região Autónoma dos Açores. Para eles, a sociedade é uma soma de indivíduos. Para nós não”, salientou.

Questionado pelos jornalistas sobre as declarações do Presidente da República sobre o caso das gémeas residentes no Brasil que receberam no Hospital de Santa Maria um tratamento com um dos medicamentos mais caros do mundo, Pedro Nuno Santos não quis comentar, alegando que da sua parte “não deve haver comentários sobre esse caso”.

O encontro de Pedro Nuno Santos com militantes e simpatizantes do PS em Ponta Delgada contou com a presença de Francisco César, diretor da campanha, e de Vasco Cordeiro, presidente do PS/Açores.

Francisco César disse que o candidato é “alguém de uma nova geração de políticos que cresceu em democracia” e tem 46 anos: “Curiosamente, a mesma idade que Francisco Sá Carneiro, que Cavaco Silva, que António Guterres, e até Durão Barroso e Passos Coelho tinham quando chegaram a primeiro-ministro”.

Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores, justificou que apoia Nuno Santos porque para ser primeiro ministro de Portugal “primeiro deve ser secretário-geral do PS”.

“Eu coloco o meu ombro ao lado do Pedro Nuno Santos, eu coloco os meus braços ao lado dos braços do Pedro Nuno Santos, eu cerro fileiras pela defesa deste Portugal inteiro que ele tão bem sintetiza na sua moção”, afirmou.

Às eleições diretas socialistas apresentaram-se até agora três candidatos, o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e Daniel Adrião, dirigente da linha minoritária de oposição ao atual secretário-geral, António Costa.

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