Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Escrevo esta crónica antes da votação do Orçamento Regional para 2024. A destempo, algumas forças políticas representadas no Parlamento Açoriano revelaram o seu sentido de voto. A crise nacional, depois trazida pelas suspeitas de corrupção no Governo da República, com previsíveis repercussões na vida dos açorianos, não terá demovido tais intenções. E toda a Oposição se preparou para reprovar o orçamento do próximo ano.

Sem surpresa, a discussão dos documentos revelou veladas intenções – o chumbo do orçamento tem muito mais de motivações partidárias do que de vontade para melhorar a vida dos açorianos. A narrativa socialista foi sempre e absolutamente ziguezagueante, aqui apontando a escassez de verbas e de ousadia, ali descrente no elevado número de propostas e respetivas dotações, mais além dizendo ser a continuidade de políticas do passado socialista. O desespero é evidente, perfeitamente percetível. O argumentário derivou também para a desvalorização legislativa do orçamento, como se fosse possível a concretização de diversas medidas nele contidas por decreto próprio, mais tarde, sem o devido cabimento financeiro.

Reprovar o orçamento ou atrasar a sua entrada em vigor, acarreta graves consequências para a economia, aliás a acrescer às que virão da República, e sobretudo para as famílias, os trabalhadores e as empresas. Fica comprometido o aumento do chamado cheque pequenino, para os pensionistas, as ajudas à aquisição de medicamentos, a gratuitidade das creches, os apoios à habitação, a progressão nas carreiras dos funcionários públicos… A lista é interminável.

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