O BE/Açores afirmou hoje que o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) está “esgotado” e “sem futuro” e classificou o Orçamento da região para 2024 como um “mero panfleto eleitoral” que foi feito para não ser cumprido.

“O debate destes três dias confirmou um Governo de direita sem futuro, esgotado e uma maioria parlamentar a desmoronar. O Plano e Orçamento que este Governo apresentou neste parlamento, desde a primeira hora, teve como objetivo ser um mero panfleto eleitoral da coligação, nunca foi para cumprir”, afirmou o líder parlamentar do BE/Açores.

António Lima falava no plenário da Assembleia Regional, na Horta, nos discursos finais da discussão do Plano e Orçamento da região para 2024.

O bloquista considerou que PSD, CDS-PP, PPM, Chega e IL são os responsáveis pelo “pântano político das últimas semanas” na região, afirmando que o eventual chumbo da Orçamento para 2024 tem “como marca a irresponsabilidade da direita”.

“Os Açores merecem mais do que serem governados em função das guerras dos dirigentes dos partidos da direita e dos seus passados políticos”, acrescentou.

O deputado do BE/Açores lembrou o anúncio do líder nacional do Chega (que adiantou que o partido se iria abster na votação no parlamento açoriano) para acusar a “direita açoriana de estar rendida ao colonialista de Lisboa”.

“O nosso voto contra o Orçamento para 2024 significa assumir, em pleno, a nossa responsabilidade. A responsabilidade de apresentar alternativa à política do Governo”, afirmou.

António Lima criticou ainda o Governo Regional devido ao processo de privatização da Azores Airlines.

“Durante anos debateu-se se venderíamos a SATA por cinco ou seis milhões de euros. Ontem ficamos a saber que afinal vamos pagar 380 milhões de euros para ficarmos sem ela. Um crime contra os Açores, uma tamanha irresponsabilidade”, visou.

E acrescentou: “Recusamos a mediocridade como governo e a propaganda como política. Levamos os Açores a sério. Esta região precisa de mais, precisa de muito melhor”.

O Plano e o Orçamento dos Açores para 2024, de cerca de dois mil milhões de euros, começaram na segunda-feira a ser debatidos no plenário da Assembleia Legislativa Regional, na Horta, onde a votação na generalidade deverá acontecer na tarde de hoje.

O quarto Orçamento da legislatura regional é o primeiro a ser votado após a Iniciativa Liberal (IL) e o deputado independente terem denunciado em março os acordos escritos que asseguravam a maioria parlamentar ao Governo dos Açores.

Antes do arranque da discussão, a IL e o PS anunciaram o voto contra na generalidade, enquanto Chega e PAN rejeitaram votar a favor, o que poderá levar à reprovação do Plano e do Orçamento.

Entretanto, na terça-feira, o presidente do Chega anunciou que o deputado do partido nos Açores vai abster-se na votação.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da IL, um do PAN, um do Chega e um independente (eleito pelo Chega).

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