Vasco Cordeiro acusou, esta quinta-feira, o Governo Regional de, nos últimos dias, “ter embarcado num frenesim prometório”.

O Presidente do PS/Açores e líder parlamentar do PS falava à saída de uma reunião com a Direção da Federação Agrícola dos Açores, na Ribeira Grande, no âmbito de um conjunto de encontros que o grupo parlamentar tem promovido por todas as ilhas da Região.

Vasco Cordeiro considerou que o Orçamento Regional para 2024 tem “algumas desadequações” relativamente ao momento que estamos a atravessar, exemplificando com o setor agrícola, em que falta “manutenção de caminhos, apoio ao gasóleo agrícola, em que há apoios em atraso às associações do setor e que falta apoio aos custos das subidas das taxas de juros, que as próprias explorações agrícolas estão a sofrer neste momento”.

A esse respeito, Vasco Cordeiro recordou o SAFIAGRI, uma medida de compensação de encargos bancários das explorações agrícolas Açorianas implementada por Governos Regionais do PS que, se fosse novamente aplicada por este Governo Regional, “ajudaria muito os produtores agrícolas, num contexto de baixa significativa do preço do litro de leite à produção, a ter condições para passar esta fase mais tormentosa”.

O líder parlamentar do PS acusou o Governo Regional de embarcar num “frenesim prometório” nos últimos dias, porque daquilo que consta no Plano e Orçamento para 2024, verificamos que os “investimentos anunciados de milhões são, na realidade, tostões”.

Por outro lado, Vasco Cordeiro considerou as previsões do Governo Regional em termos de receitas de fundos comunitários “demasiado ambiciosas, senão mesmo ilusórias”, porque o Governo prevê arrecadar 400 milhões de euros em fundos comunitários em 2024, mas anualmente “não chega sequer a receber 100 milhões de euros”.

Prever 400 milhões para o próximo ano soa falso, é algo que não introduz rigor e verdade nos documentos do Plano e Orçamento para 2024”, sinalizou.

Vasco Cordeiro realçou que, apesar do discurso do Governo dos Açores de “endividamento zero”, os números do Banco de Portugal revelam que entre 1 de janeiro e 30 de junho deste ano, a dívida da Região “cresceu mais de 260 milhões de euros”, o que contribui para a “falta de credibilidade, rigor e verdade” nos documentos que irão a votação no Parlamento dos Açores, na próxima semana.

“O Governo da coligação sente que a realidade já está a apanhá-lo. Começa a ser demasiado evidente a falta de planeamento, de rigor, o descontrolo das finanças públicas, a incapacidade de executar fundos comunitários. E tudo isso obviamente contribui para que o Governo faça uma fuga para a frente. Este Governo está a concluir e a inaugurar obras que foram projetadas e até lançadas por governos do Partido Socialista e o facto é que se começa a verificar que, nestes três anos, não existe nenhuma marca deste Governo PSD/CDS/PPM e o que ele opta por fazer são anúncios para 2025 e 2026 porque, neste momento, há efetivamente um vazio de investimento público”, salientou o socialista.

“Há famílias e empresas que estão numa situação difícil e o que é necessário é muita serenidade e muita tranquilidade para servir os Açorianos, mas também investimento, que é aquilo que o Governo Regional do PSD/CDS/PPM não está a fazer”, sublinhou o Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro.

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