O líder do PS/Açores criticou hoje a “incapacidade” do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) por não ter utilizado no “tempo devido” as competências para decidir sobre o ordenamento do mar e ter “mandado a decisão” para Lisboa.

“O Governo Regional teve à sua disposição as competências e os poderes para poder aprovar aquele que é o ordenamento do nosso mar. Decidir sobre os usos do nosso mar. Não o fez no tempo devido”, afirmou Vasco Cordeiro.

Entretanto, prosseguiu o socialista, o Tribunal Constitucional “declarou a lei que dava essas competências inconstitucional”, numa “decisão lamentável”.

“Hoje, o que se sabe é que ao mesmo tempo que o Governo Regional critica o Governo da República, pela calada manda a decisão sobre os usos do nosso mar para que Lisboa decida aquilo que deveriam ser os Açores a decidir e que só por incapacidade, incompetência e distração do Governo Regional é que não são os Açores a decidir”, criticou.

O presidente do PS dos Açores falava hoje na ilha de São Jorge, na abertura das jornadas parlamentares do partido.

Para Vasco Cordeiro, o atual executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) “queixa-se muito de outros”, mas, “no fundo, apenas tem a queixar-se da sua incapacidade”.

“O governo queixa-se da República. O governo queixa-se dos governos anteriores. O governo queixa-se do tempo. Queixa-se do sol. Queixa-se da chuva. Mas, no fundo, se formos a ver, a única coisa que o Governo Regional tem a queixar-se é da sua incapacidade”, salientou.

O também líder parlamentar do PS na Assembleia Legislativa dos Açores alertou ainda para o aumento da dívida pública da região e para o aumento dos prejuízos registados pela transportadora aérea SATA.

“Este Governo Regional, no que tem a ver com prejuízos do grupo SATA, em dois anos e meio já vai com mais de 120 milhões de euros de prejuízo. Isso não tem a ver com os governos anteriores. Tem a ver com a incapacidade deste governo”, disse.

Vasco Cordeiro, que presidiu ao Governo dos Açores entre 2012 e 2020, acusou ainda o executivo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro de “atrasar” a região por não aproveitar a “oportunidade histórica” referente aos fundos comunitários.

“Continuamos a aguardar, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, o fundo de recapitalização das empresas, os famosos 125 milhões de euros que haveriam de reverter em benefício das empresas açorianas. Já lá vai mais de um ano decorrido e as empresas açorianas ainda não viram um cêntimo”, condenou.

 

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