Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Com o tempo e a idade habituei-me a desconfiar de certas coisas e tipo de gente, entre as quais a bondade socialista, por regra anunciada com muito festim. E tenho boas razões para isso porque, como diz um velho amigo, os socialistas prometem o que não têm e dão o que não é seu.

Já tive a oportunidade de dizer que a apresentação do Orçamento do Estado é uma espécie de bodo de leite; dá com fartura aos pobres e na partilha não deixa os ricos de fora, toda a gente se senta à mesa da Fazenda Pública.

O Orçamento de 2024, agora dado à luz, não escapa à dita lógica da euforia fiscal. Tomássemos como certa (e séria) a propaganda dos benefícios anunciados pelo governo do dr. Costa e daqui a pouco seríamos um país de gente feliz, finalmente livre da carga de impostos que nos distingue em toda a Europa.

Admito que muitos portugueses ainda permaneçam anestesiados com a bondade proclamada. Mas temo que a ilusão tenha os dias contados. À medida que os especialistas em finanças e contabilidade vão descodificando as manigâncias orçamentais percebemos que o que recebermos de uma mão ser-nos-á tirado com as duas. Até as viaturas anteriores a 2007, ditas em fim de vida, pagarão imposto de circulação como se fossem autênticos bólides. À conta disso o dr. Costa vai arrecadar mais 98 milhões de euros, uma subida de 20 por cento, comparativamente ao ano em curso. Feitas as contas por quem sabe do assunto, tratando-se de um pequeno pensionista, o prejuízo equivale a menos um mês de reforma. É o fim de vida. Com todo o zelo, o ministério das Finanças ajuda ao velório.

PUB