A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, desafiou na sexta-feira, em Angra do Heroísmo, as indústrias de todas as ilhas açorianas, que estão ou já estiveram em laboração, a integrarem a Rota do Turismo Industrial que se encontra em estruturação na região e, por conseguinte, a Rede de Turismo Industrial de Portugal.

Berta Cabral falava na Bienal Ibérica de Património Cultural no final da cerimónia de assinatura da Declaração de Colaboração com a Rede de Turismo Industrial de Portugal, que abrangeu seis parceiros regionais, nomeadamente, Museu da Indústria Baleeira e Museu dos Baleeiros, Museu da Fábrica da Baleia do Boqueirão, Museu da Fábrica da Baleia de Porto Pim, Museu do Tabaco da Maia, Plantações de Chá Gorreana e Fábrica de Chá Porto Formoso (esta assinará oportunamente).

A Rota do Turismo Industrial dos Açores – anunciou a governante – poderá estar disponível já no próximo ano e, assim, contribuir para mitigar a sazonalidade, uma vez que acabará por trazer turismo todo o ano a todas as ilhas.

“Hoje, estamos a dinamizar a rede nacional, mas também estamos a dar passos seguros para dinamizar a nossa Rota do Turismo Industrial. Temos uma grande tradição de indústrias. Saliento as conserveiras, que têm todas as condições para fazer parte da rota nacional, e a SINAGA, que apesar de já ter encerrado deve musealizar uma parte do seu espólio e, assim, também integrar a rota do turismo industrial”, salientou.

No seu entender, da Rota Nacional do Turismo Industrial “não deve apenas fazer parte aquilo que está musealizado”.

“Deve fazer parte a indústria viva. Aquela que hoje ainda mantém a laboração, porque é tão importante para os nossos turistas visitar um museu como visitar uma fábrica, seja ela de chá, seja do tabaco, seja de conservas, seja de cerâmica ou outra. A lista é imensa”, defendeu.

Segundo referiu, a assinatura das referidas declarações “é mais um passo importante no caminho do progresso e do sucesso do Turismo nos Açores”.

A rede nacional, coordenada, pelo Turismo de Portugal, segundo Berta Cabral, permite aos parceiros que assinaram a declaração “serem também parceiros na Rota Regional do Turismo Industrial, uma rota que está em pleno desenvolvimento e que se espera que em 2024 esteja à disposição de todos os que trabalham no turismo e dos visitantes, juntando-se, assim, às restantes Rotas Açores”.

Para a secretária da tutela, quando se trata de promover o Turismo, “os passos têm que ser sucessivos, porque nunca é um trabalho acabado, é sempre um trabalho em progresso e um trabalho passo a passo, porque a promoção tem que ser contínua, assertiva e deve servir para levar a quem visita os Açores aquilo que há de diferente” na Região

“Não podemos vender aquilo que não somos e não podemos promover aquilo que não temos. Devemos promover a nossa genuinidade, a nossa singularidade, a nossa diferença. Tudo aquilo que acrescente valor a quem nos visita passa pela natureza, terra, mar e natureza humana. Ou seja, a nossa identidade cultural, os nossos valores, as nossas tradições. No fundo, o legado histórico que fez do nosso povo o que somos hoje”, frisou.

A governante sustentou que a rota industrial é também património cultural, assim com o património militar.

“Há uma dimensão agregadora do património cultural e o turismo Industrial, assim como o turismo militar que queremos implementar na Terceira, inserem-se nesta dimensão”, concretizou.

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