O PCP/Açores lamentou hoje o “falhanço” do Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM na implementação de um novo modelo de educação inclusiva nas escolas do arquipélago, sem os instrumentos necessários e sem recursos humanos.

“A educação inclusiva anunciada pelo Governo Regional falhou. Exigiria mais tempo, mais preparação e, sobretudo, mais recursos humanos nas escolas. Não tendo acautelado nenhuma destas condições, o Governo revelou-se incapaz de a implementar, sobrecarregando os docentes e reduzindo os apoios aos alunos”, apontou Paula Decq Mota, dirigente regional do PCP, em conferência de imprensa, na Horta.

Os comunistas açorianos recordaram que o executivo açoriano anunciou, há cerca de seis meses, a implementação de um novo modelo de educação inclusiva na região, cujo objetivo principal era permitir que todos os alunos tivessem possibilidade de aprender e atingir o desejável sucesso educativo.

“No entanto, nas escolas, longe da propaganda a que o Governo Regional nos foi habituando, a realidade mostrou a falta de investimentos necessários”, insistiu Paula Decq Mota, lembrando que em alguns estabelecimentos de ensino “verificou-se uma interrupção súbita de respostas educativas”, que até então estavam a registar “resultados positivos”.

Segundo a dirigente do PCP/Açores, a implementação de um novo modelo de educação inclusiva por parte da tutela fez recair sobre as escolas, e em particular sobre os docentes e técnicos especializados, a responsabilidade de se prepararem, sem que tenham tido o apoio, o tempo e a formação necessárias para o efeito.

“Estes factos demonstram, expressamente, o modo apressado como decorreu a implementação da educação inclusiva, quando deveria ter sido um processo mais progressivo”, acrescenta o PCP/Açores numa nota, lembrando que “faltaram docentes, auxiliares de ação educativa e técnicos especializados”, com “resultados negativos no trabalho dos alunos e nas aprendizagens”.

A Direção Regional dos Açores do PCP lamenta ainda que, em vez de privilegiar soluções pedagógicas adequadas aos alunos, a tutela tenham preferido aplicar “respostas administrativas”, alegadamente mais baratas, mas também “menos eficazes” e “insuficientes”.

“O resultado foi o aumento do excesso de trabalho, que já se vinha verificando há muito tempo, agravando o problema do desgaste profissional entre quem trabalha nas escolas”, lamentou Paula Decq Mota, para quem o sucesso educativo não pode ser feito “à custa de soluções meramente administrativas”, mas sim de instrumentos pedagógicos adequados e, sobretudo, através dos devidos recursos humanos.

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