A comissão parlamentar de inquérito à SATA quer ouvir antigos responsáveis e a atual presidente do grupo empresarial açoriano, bem como políticos, entre os quais o atual deputado e ex-presidente do Governo Regional Vasco Cordeiro.
Os deputados aprovaram hoje, por unanimidade, após várias propostas dos partidos com assento na comissão parlamentar de inquérito da Assembleia Legislativa Regional dos Açores à SATA, a audição de antigos presidentes do conselho de administração do grupo nomeados pelos anteriores governos socialistas, nomeadamente António Gomes de Meneses, Paulo Meneses, António Luís Teixeira e Luís Parreirão.
A comissão parlamentar de inquérito foi criada por proposta do deputado único do Chega, José Pacheco, com o objetivo de “analisar as causas do significativo agravamento do desequilíbrio económico e financeiro do Grupo SATA entre 2013 e 2019”, bem como “o exercício da sua tutela política e o desempenho dos órgãos sociais das empresas”, entre 2020 e 2022.
A comissão pretende ainda ouvir o último presidente do conselho de administração, Luís Rodrigues, que transitou para a TAP, bem como a atual responsável, Teresa Gonçalves, nomeada pelo atual Governo Regional de maioria PSD/CDS-PP/PPM.
Serão ainda ouvidos o deputado regional do PS e ex-presidente do Governo dos Açores Vasco Cordeiro, bem como o seu secretário regional das Finanças e atual deputado à Assembleia da República Sérgio Ávila, a par do atual titular da pasta, o social-democrata Duarte Freitas, bem como o seu antecessor, Bastos e Silva.
Vão também ser inquiridos os antigos secretários regionais com as pastas dos transportes dos anteriores executivos socialistas Vítor Fraga e Ana Cunha, bem como Berta Cabral, atual secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, entre outros responsáveis.
Uma das questões que será analisada na comissão parlamentar de inquérito é o contrato de aluguer do Airbus A330, conhecido como “Cachalote”, que gerou milhões de euros de prejuízos ao grupo SATA.
O contrato de ‘leasing’ e reservas de manutenção do “Cachalote” custaram à SATA mais de 24,5 milhões de euros (entre 2016 e 2020) a que se juntaram mais de 16 milhões de euros por antecipação do fim do contrato de aluguer, apesar de o aparelho ter ficado parado durante dois anos, devido aos elevados custos de manutenção.