O presidente do Conselho de Ilha da Graciosa manifestou hoje preocupações com a falta de médicos e com obras na marina da barra, na véspera do início de uma visita estatutária do Governo dos Açores àquela ilha.

Ricardo Ramalho disse hoje à agência Lusa que no memorando de 64 propostas enviado ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), o Conselho de Ilha da Graciosa destaca preocupações com a saúde e pede a “conclusão urgente da marina da barra”.

Na saúde, explicou que neste momento se verifica “uma grave situação” de falta de médicos.

Segundo o responsável, a ilha Graciosa costumava ter cinco médicos e atualmente “tem apenas um médico e uma médica no quadro de ilha e dois tarefeiros”, o que se traduz numa situação “limite”.

“Outra situação é que, neste momento, não há um diretor clínico nomeado. Nós tínhamos um médico que foi nomeado para três anos, mas ele saiu e o cargo não está ocupado”, explicou.

Nas obras, a prioridade do Conselho da Ilha Graciosa vai para a conclusão da empreitada da marina da barra, uma reivindicação “muito antiga” e “transversal a vários Governos Regionais”.

“É uma urgência concluir aquele projeto para oferecer condições às [empresas] marítimo-turísticas e aos veleiros que entendem vir à ilha Graciosa”, disse.

Para além destas reivindicações, Ricardo Ramalho referiu que também é urgente intervir nas estradas regionais entre Santa Cruz – Praia e Santa Cruz – Guadalupe, que estão muito degradas.

“Nós precisamos urgentemente de intervir nestas estradas, para melhorar as condições de circulação”, disse, adiantando que a situação “já vem de memorandos anteriores e ainda não está ultrapassada”.

Nas ligações marítimas, o Conselho de Ilha da Graciosa pede o reforço das ligações na operação da “Linha Branca” da Atlânticoline, passando das atuais duas para três (segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira).

No memorando também é pedido ao executivo açoriano que faça o ponto de situação do projeto das Termas do Carapacho e indique “quando será lançado o concurso para a sua concessão e respetiva dinamização”.

Ricardo Ramalho explicou à Lusa que as termas funcionam “de uma forma gratuita” e é reivindicada a dinamização do equipamento para que os utilizadores possam “deixar mais-valias na ilha”.

Clarificar o futuro do Hotel da Graciosa (gerido pela Fundação INATEL) e conhecer a alternativa ao fim dos encaminhamentos aéreos para as ilhas sem ‘gateway’, como é o caso da Graciosa, que não tem ligações diretas com o continente português, são assuntos que também constam no memorando reivindicativo.

O Conselho de Ilha da Graciosa inclui ainda no documento, entre outros pontos, a intenção de candidatar a meloa local a produto de Indicação Geográfica Protegida (IGP) e o aumento do apoio aos animais da raça autóctone “Burro da Graciosa”.

O Governo açoriano, liderado por José Manuel Bolieiro, realiza entre segunda-feira e terça-feira uma visita estatutária à ilha Graciosa.

Segundo o Estatuto dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.

 

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