Alexandra Manes, coordenadora do Bloco de Esquerda na Terceira, confrontou hoje a presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória com o impacto que o despedimento dos trabalhadores da Praia Cultural vai ter a nível familiar para cada um dos trabalhadores afetados, mas também ao nível das respostas dos serviços prestados aos munícipes, e, olhos nos olhos, desafiou a autarca a reverter esta decisão.

Intervindo enquanto cidadã na Assembleia Municipal da Praia da Vitória, Alexandra Manes criticou a opção política do executivo do PSD e do CDS de realizar um despedimento coletivo, lembrando que esta é uma situação sem paralelo no resto do país: “A Câmara da Praia da Vitória será a única do país a realizar um despedimento coletivo, dando um péssimo exemplo aos empresários que lutam com grandes dificuldades para manter os postos de trabalho nas suas empresas”.

A coordenadora do Bloco na Terceira lembrou também que a atual presidente da autarquia da Praia da Vitória, durante a campanha eleitoral, enquanto candidata, e apesar de já antever a difícil situação financeira do município, nunca colocou a hipótese de resolver estes problemas através de um despedimento coletivo.

A verdade é que, apesar de se falar muito de um plano de reestruturação, a única medida de que se conhece para resolver o problema financeiro da autarquia é a rescisão de contrato por mútuo acordo com vários trabalhadores e o despedimento coletivo de 36.

Alexandra Manes lembrou que o atual presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, quando era presidente da autarquia de Ponta Delgada liderou um processo semelhante de reestruturação, mas em que as opções em relação aos trabalhadores foram muito diferentes.

Em Ponta Delgada não houve qualquer despedimento e os trabalhadores foram todos internalizados nos serviços da autarquia.

“Como é que há duas posições tão diferentes” em duas autarquias do PSD? Questionou a coordenadora do BE/Terceira.

Alexandra Manes perguntou se houve algum contacto por parte do governo regional para tentar encontrar uma solução que pudesse evitar que 36 trabalhadores da Praia Cultural fossem para o desemprego, mas a presidente da autarquia da Praia da Vitória não respondeu.

A coordenadora do BE na ilha Terceira reiterou ainda que “não se conhece nenhum documento oficial que recomende este despedimento coletivo, pelo que se conclui que foi uma opção política do executivo PSD e CDS”.

 

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