O deputado da IL/Açores criticou hoje o Governo Regional pelo “abandono” da ilha das Flores, considerando incompreensível que ainda não exista um projeto final para o porto das Lajes destruído pelo furacão Lorenzo em 2019.

“Não se percebe porque é que passados quatro anos do furacão Lorenzo não há ainda um projeto a ser lançado a concurso público para o porto definitivo”, declarou Nuno Barata.

E acrescentou: “Neste momento, a ocidente nos Açores, o epicentro é o Corvo. As Flores foram totalmente abandonadas. É hora de os florentinos olharem para isso e se calhar numas próximas eleições terem de colocar a cruz noutra marca”.

O deputado regional da IL falava após ter visitado a ilha das Flores em declarações reproduzidas pelo partido.

Na atual legislatura, os três deputados eleitos pelas Flores são de PSD, PS e PPM.

Barata criticou o Governo Regional (de coligação PSD/CDS-PP/PPM) pelo “abandono” das Flores, condenando o processo de reconstrução do porto das Lajes das Flores, o único porto comercial da ilha, que foi destruído pelo furacão Lorenzo em 2019 e afetado pela tempestade Efrain em dezembro de 2022.

 “O caso mais paradigmático de abandono é o abastecimento da ilha pelo porto das Lajes das Flores”, condenou.

O líder da IL/Açores denunciou o “mesmo desalento e os mesmos problemas” que encontrou aquando da última visita dos liberais à ilha em julho de 2022.

“É lamentável que não tenha sido dado um único passo para resolver problemas, alguns deles básicos, que esta ilha das Flores encara todos os anos. O problema da habitação para alojar professores, para alojar médicos e para alojar os técnicos que têm de vir para aqui”, reforçou.

A propósito da falta de habitação, Nuno Barata deu o caso de um edifício da Câmara de Santa Cruz das Flores, que “já foi um empreendimento turístico” e que agora “está totalmente abandonado”.

“A habitação é um dos maiores problemas e uma das maiores preocupações dos portugueses. Em ilhas ultraperiféricas, devia ser com redobrado esforço que governos e câmaras municipais deviam olhar para isso”, salientou.

A IL assinou um compromisso de incidência parlamentar no início da legislatura para garantir a maioria ao executivo regional, mas ‘rasgou’ o acordo em março.

O Orçamento para 2024 vai ser o primeiro a ser votado após a IL e o deputado independente terem denunciado os acordos escritos que sustentavam o Governo Regional.

Os três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26 deputados na Assembleia Legislativa. Com o apoio do deputado do Chega somam 27 lugares, número insuficiente para a maioria.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado é independente (eleito pelo Chega).

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