O Governo dos Açores “não baixará os braços na captação de mais médicos” para a região, apesar de constatar “uma melhoria franca” na cobertura de clínicos de medicina geral e familiar, disse hoje a secretária Regional da Saúde.

“Felizmente, ao longo desta legislatura, tem-se assistido a uma melhoria franca daquelas que são as taxas de cobertura de médicos no âmbito da medicina geral e familiar”, disse Mónica Seidi.

A governante falava hoje, no último dia do plenário do período legislativo de setembro da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na Horta, durante a discussão do projeto de resolução apresentado pelo Chega, que recomenda ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) a implementação do “Cheque Saúde nos Açores”, que foi aprovado com 20 votos a favor (PSD, CDS-PP, PPM, Chega, IL, PAN e deputado independente), dois contra do BE e 24 abstenções (PS).

Segundo Mónica Seidi, neste momento, cerca de seis das nove ilhas do arquipélago estão com uma taxa de cobertura de médicos de família de “aproximadamente 100%”.

“Temos a ilha de São Miguel muito próximo dos 100%, com cerca de 98% de taxa de cobertura e que, ao longo do mês de outubro, com a finalização do concurso que pretende captar mais sete médicos de família, atingirá os 100%. Ficarão de fora a ilha Terceira, apesar de se ter assistido a uma melhoria da cobertura desde o início do ano, que em janeiro se situava na ordem dos 82%, e que agora está nos 85%. E a ilha do Faial que, infelizmente, temos assistido a um retrocesso da taxa de cobertura de médicos”, explicou.

A secretária Regional da Saúde garantiu no parlamento que, enquanto não se verificar a cobertura total do território com clínicos de medicina geral e familiar, o executivo “não baixará os braços na captação de mais médicos que queiram vir trabalhar para os Açores”.

“Esse é também um desígnio deste Governo Regional”, garantiu.

Na sua intervenção, também referiu a evolução relativa ao regime de convenções com as entidades da região, apontando que se tem verificado um aumento do número de atos e do investimento feito no setor, estando convencionadas 10 especialidades médicas e três áreas de tratamento.

Desde 2018 que o valor do investimento realizado pelo Governo Regional tem vindo a crescer, sendo que, em 2019, foram gastos cerca de 12,3 milhões de euros no âmbito das convenções, valor que aumentou para 15,1 milhões em 2021 e 16,5 milhões em 2022.

Na resposta a questões colocadas por vários deputados, a secretária Regional da Saúde também explicou que a telemedicina já se pratica na região, mas nunca foi regulamentada, o que deverá acontecer até ao final deste mês.

Em relação a investimentos, referiu que o novo centro de saúde do Corvo será concluído até ao final do ano. Nas Flores vai ser feito um investimento na piscina para tratamentos de fisioterapia, enquanto em Santa Maria decorre a obra de beneficiação e ampliação da unidade de saúde.

Na ilha de São Miguel, a governante destacou obras e intervenções previstas para os centros de saúde de Lagoa, Povoação e Nordeste.

Mónica Seidi salientou ainda obras realizadas no Faial e São Jorge (novas unidades de saúde) e na ilha Terceira (novo mamógrafo no centro de oncologia).

“Se isto não é investimento deste Governo, eu não sei o que será”, observou a titular da pasta da saúde.

No seguimento de uma interpelação do deputado Pedro Neves (PAN) sobre o novo centro de saúde da Ribeira Grande (São Miguel), Mónica Seidi esclareceu que o projeto “não está esquecido”.

O novo centro de saúde “será uma realidade com este Governo”, prometeu.

Informou ainda que o executivo açoriano vai investir cerca de 30 mil euros, até ao final do ano, para melhorar as condições do atual edifício do centro de saúde da Ribeira Grande.

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