Olhar a longo prazo nunca foi a maior virtude de muitos políticos, mesmo daqueles que se mantiveram por longos anos, até décadas, no poder, sobretudo estes, confortados na expressão ditada pelas urnas. Em regra, o horizonte é mais contido, quase nunca indo além das eleições que se seguem. Depois, logo se vê. Pior, ainda, se os eleitores apostam em alternativas.
Isto é válido para quase tudo, e válido particularmente para a educação e a demografia, aliás, correlacionadas, como se sabe. E não saímos desta cepa torta, habituando-se o cidadão à entropia, tomando-a como normal, para seu próprio prejuízo.
Faltam professores nos Açores, ainda assim, menos do que em anos anteriores, mas nem por isso tirando legitimidade à reclamação que a circunstância suscita. A falta de um professor representa dezenas de alunos sem aulas, com as consequências óbvias que isso acarreta.
Nos últimos três anos, na Região, aposentaram-se mais de duas centenas de docentes. E outras centenas se seguirão nos tempos mais próximos. Basta olhar para a idade dos professores do sistema educativo açoriano. Basta? A governação socialista ignorou por completo esta realidade, nada fazendo para colmatar o fim profissional de tantos e tantos professores e educadores, através da renovação de quadros. Pelo contrário, os socialistas desvalorizaram a carreira docente, aqui e ali mesmo com ataques soezes, e insinuaram termos excesso de professores, a partir de uma leitura incompetente das dinâmicas demográficas. Estamos agora a pagar essa pesada fatura. O pior ainda está para vir.