Temos acompanhado nas últimas semanas os intensos trabalhos de vindimas que se têm realizado por toda a região, com especial incidência no Pico.

Este é um ano em que já fica claro o aumento da produção, o que garante o retomar de um trajeto de sustentabilidade económica da fileira, depois de dois anos de frágeis e preocupantes produções.

Temos contatado inúmeros viticultores, bem como agentes de vinificação e comercialização de vinhos e é importante destacar, e valorizar, a manutenção e aumento dos valores de pagamento das uvas aos produtores, mesmo num ano de aumento considerável das produções.

Estamos perante valores recorde de pagamento unitário aos produtores.

Este é um sinal de consolidação do posicionamento no mercado dos vinhos dos Açores, pela sua singularidade, afirmação da sua qualidade, bem como resultado da consolidação do enoturismo a eles associado.

Os vinhos do Pico têm obrigatoriamente de ser associados à paisagem em que são produzidos, à dificuldade do trabalho, por nós testemunhada e como tal só podem ser geradores de riqueza que bem valorizados, como tem sido conseguido pelos diferentes agentes.

Também, é o momento de relembrar a importante ação do governo Regional, nomeadamente com a criação legislativa do Instituto da Vinha e do Vinho dos Açores, que perante melhorias ambicionadas pelos agentes do setor e membros e técnicos da CVR, aguarda a subida a plenário da Assembleia Regional.

Por outro lado, perante o aumento das áreas cultivadas em áreas dos apoios à manutenção de paisagens tradicionais em áreas classificadas, nomeadamente a Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da Ilha do Pico e as paisagens de Socalcos, é de relembrar aquele que foi o aumento dos apoios decididos pelo Governo Regional para 2023, para valores na ordem dos 1,9 milhões de euros, e que são fundamentais para consolidação da produção de vinhos, em paisagem Património Mundial e totalmente interligada com a afirmação do Enoturismo.

Temos também acompanhado as preocupações dos produtores em relação à problemática das pragas, acompanhando o Governo Regional sobre a componente técnica do relatório, em elaboração, que deve sustentar as decisões sobre as populações de espécies, com um alerta objetivo. Nós não nos conformamos com a inviabilização de produções resultantes de perdas originadas por espécies protegidas.

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