O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) revelou hoje que as empresas e entidades dos Açores já foram apoiadas em 45 milhões de euros no âmbito das medidas nacionais do programa.

“Neste momento, no âmbito das medidas nacionais, estamos a falar de cerca de 45 milhões de euros aprovados por diferentes entidades, públicas e privadas, a que naturalmente acrescem aqueles [previstos no PRR] da Região Autónoma dos Açores”, avançou Pedro Dominguinhos.

O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR falava aos jornalistas em Ponta Delgada após ter participado na reunião da Comissão Especializada Temporária para Acompanhamento do PRR/Açores do Conselho Económico e Social da região (CESA).

Dominguinhos avançou que aqueles 45 milhões de euros contemplam “vários projetos aprovados” por “autarquias para a remodelação e construção de habitação a custos acessíveis ou custos controlados”.

Entre os investimentos do arquipélago apoiados com verbas nacionais do PRR, está também a construção das três residências da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.

“As três residências naturalmente permitirão criar mais condições para o alojamento estudantil a custos acessíveis, numa altura em que todos temos a perfeita noção de que este é um aspeto crucial na frequência do ensino superior”, salientou.

Naquele valor estão incluídos 10 milhões de euros aprovados no âmbito de candidaturas de dez empresas regionais às Agendas Mobilizadoras.

O professor universitário destacou que os investimentos preveem apoiar a descarbonização e as transições verde e digital, destacando a criação de um ‘Digital Inovation Hub’ nos Açores, da responsabilidade do Nonagon – Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel, que vai prestar serviços digitais a 325 empresas.

“Estamos a falar desde do Espaço, passando pelos jogos digitais ou até à transição verde na área dos plásticos e da sustentabilidade”, assinalou.

O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR reconheceu ainda que é “natural” que o valor dos apoios para as empresas açorianas no plano nacional venha a aumentar, uma vez que existem candidaturas em análise.

Por sua vez, a presidente da Comissão de Acompanhamento do PRR do Conselho Económico e Social dos Açores (CESA) reforçou que aqueles investimentos “não fazem parte do bolo do PRR Açores, sendo medidas nacionais às quais as entidades regionais se podem candidatar”.

Alexandra Bragança, que não quis se pronunciar sobre a aplicação do PRR na região até à disponibilização do relatório referente ao segundo trimestre do ano, alertou que 2024 vai ser um “ano muito importante” para a execução do plano.

“Uma consciência que todos os parceiros sociais têm é de que o ano de 2024 vai ser um ano charneira. Já conseguiremos tirar algumas conclusões sobre o que vai ser conseguido e sobre o que não vai ser conseguido ao nível do PRR, atendendo que o investimento terá de ser realizado até junho de 2026”, avisou.

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