Joaquim Machado, Deputado do PSD/Açores ALRAA

Era rapazinho a primeira vez que viajei por todas as nossas ilhas, no navio-motor “Ponta Delgada”. Para um quase adolescente, quando pouco se viajava e no mor dos casos a saída da ilha se fazia por razões de saúde ou emigração, tratou-se de uma verdadeira aventura – de segunda a sexta-feira, saltitando entre portos e ancoradouros, por falta daqueles na Graciosa, Pico, Flores e Corvo. Uma semana depois, em S. Maria a odisseia repetiu-se, mas com a permanência mais prolongada na ilha.

Como desportista, primeiro, e em seguida como jornalista na RTP/Açores, continuei a percorrer o arquipélago, já politicamente feito Região, e agora efetivamente a conhecer-lhe os recantos e a alma das suas gentes. Desses périplos nasceram muitas amizades, consolidadas pelo tempo, apesar da distância. As funções públicas, intermitentemente exercidas nos últimos 30 anos, fizeram o resto; uma paixão enorme por cada lugar, em todos sentindo-me em casa, entre amigos, um privilégio difícil de explicar. Só sentindo.

Mais cedo ainda do que eu, as minhas filhas também foram conhecendo cada pedacinho das nossas ilhas, em estadias generosas, de permeio com abaladas a cidades e países que nos alargam horizontes.

Cada ano as férias repartem-se e este verão não foi exceção. A Terceira tornou-se lugar privilegiado nas preferências da minha filha adolescente. E assim tem sido, com um prazer enorme. Há dias, no aeroporto, aprontando a partida, fui interpelado por uma jovem, filha de gente amiga: – Para a Terceira…?

Percebi que ainda há caminho a percorrer na construção da plena açorianidade.

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