O dirigente Carlos Alves, da Associação Deras – Círculo de Apoio ao Cuidador dos Açores, considerou hoje ser necessário o apoio das juntas de freguesia para se “chegar às pessoas” nesta área.

Ouvido em Ponta Delgada na comissão parlamentar dos Assuntos Sociais do parlamento açoriano sobre a primeira alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 22/2019/A, do PS, que aprova o Regime Jurídico de Apoio ao Cuidador Informal na região, Carlos Alves reconheceu que “no papel estão boas propostas”, havendo “pontos positivos”.

O responsável defendeu a necessidade de a “sociedade civil fazer a sua parte também” no que se refere aos cuidados prestados, questionando se “será assim tão utópico que o cuidador informal tenha um vencimento pela sua prestação”.

De acordo com Carlos Alves, é preciso “educar a sociedade para o novo paradigma do cuidador, porque o tradicional vai desaparecer”.

“Temos que nos antecipar a este problema para os outros sistemas não entrarem em rutura”, declarou.

Cristina Rodrigues, também da Deras, referiu que a associação surgiu no final de 2021 visando a defesa do “interesses e direitos dos cuidadores”.

A associação tem apoio psicológico a funcionar com base em serviço de voluntariado, bem como uma linha de apoio das 09:00 às 17:00.

A responsável reconheceu, contudo, que a linha de apoio “não tem tido grande repercussão” – as pessoas “ligam apenas para falar e desanuviar”, procurando apoio psicossocial “devido ao cansaço e dificuldades que sentem”.

Em 20 de junho, o grupo parlamentar do PS/Açores apresentou uma proposta de revisão ao diploma que estabelece o regime de cuidador informal, preconizando como valor máximo a atribuir aos beneficiários 960,86 euros.

Na apresentação da medida, a deputada regional Célia Pereira referiu que a proposta de revisão ao decreto legislativo regional que suporta o regime jurídico de apoio ao cuidador informal, a submeter ao parlamento regional, prevê o acesso à medida a “pessoas que aufiram valores mensais inferiores a 1,5 do IAS – Indexante de Apoios Sociais (720,65 euros)”.

Estas pessoas “serão apoiadas até duas vezes o valor do IAS (960,86 euros), deduzido do valor da capitação média mensal do rendimento do cuidador informal”, apontou a parlamentar em conferência de imprensa.

Segundo Célia Pereira, a proposta do PS/Açores prevê que, “nos casos em que o cuidador informal cuida de mais do que uma pessoa, o montante do apoio financeiro seja majorado em 50% por cada pessoa cuidada, além da primeira”.

 

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