Rui Teixeira, dirigente do PCP Açores

Começa hoje a 47.ª edição da Festa do Avante! Bem sei que está geograficamente muito longe da nossa Região. Mas, em tudo quanto verdadeiramente importa, irá estar bem perto e, durante estes três dias, deixará os Açores mais próximos de cada uma das Regiões do País. Como, aliás, todos os anos acontece.

No pavilhão dos Açores, será mostrado um pouco daquilo que melhor fazemos. A nossa cultura, a nossa comida, a nossa produção. E é interessante verificar o crescimento constante da procura pelos nossos produtos, desde o queijo aos licores, passando pelos doces e o chá, entre muitos outros… Para expor um pouco daquilo que é a nossa realidade insular, vai ser projetado um filme sobre a época em que o barco era a única forma de comunicação e transporte nos Açores.

Irá haver, também, uma exposição política, que abordará os problemas vividos em todo o arquipélago e a necessidade de defender a nossa produção regional – com uma atenção muito particular para as pescas e a agricultura. É significativa a ideia, há muito defendida pelo PCP, que não há Autonomia sem produção. Ou, dito de outra forma, que é preciso valorizar o trabalho de agricultores e pescadores para defender e aprofundar a Autonomia Regional, melhorando os seus rendimentos, valorizando a nossa forma muito própria de produção, investindo nas infraestruturas e equipamentos. Sem isso, não haverá desenvolvimento económico e social da Região. Aliás, tudo isto se pode resumir na defesa da nossa forma de produção – que, afinal, está ligada à nossa identidade, enquanto Povo. É também a nossa ligação ao mar e à terra, é a nossa forma muito própria de produzir, que molda a cultura Açoriana! Estas são áreas muito presentes no discurso dos governos regionais, mas muito abandonadas na prática, tanto pelo atual governo, como pelo anterior.

A par da identificação dos problemas, expõe-se as soluções para melhorar as condições de vida na região. Entre as propostas apresentadas pelo PCP, encontra-se a defesa do aumento de todos os salários, de horários de trabalho justos e compatíveis com a vida pessoal, de mais recursos para o Serviço Público de Saúde – aumentando a capacidade de resposta dos Hospitais e Centros de Saúde –, do direito à habitação para todos os Açorianos, a preços controlados e compatíveis com o poder de compra, e do direito à nossa mobilidade, melhorando o transporte aéreo, marítimo e terrestre. E, no caminho para os 50 anos da Revolução dos Cravos, não poderia, também, faltar a afirmação da importância que teve o 25 de Abril para o desenvolvimento dos Açores.

Com tudo isto, pode-se afirmar que, até domingo, os Açores estarão bem mais perto de cada ponto do País, de Bragança ao Algarve, das Beiras à Madeira. Cada Região mostrará a sua realidade, a sua cultura, a sua gastronomia. Cada região mostrará de que forma o futuro está ligado aos valores de Abril. Com tudo isto, pode-se afirmar que esta é a maior iniciativa político-cultural que se realiza em Portugal, uma Festa de Abril e de comemoração dos 50 anos de Abril, uma afirmação de Liberdade e do direito a uma vida melhor para todos.

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