O presidente do Governo dos Açores escreveu ao governador do Havai para manifestar “total disponibilidade” para uma “colaboração solidária” devido aos incêndios no estado norte-americano, lembrando a relação entre os arquipélagos “irmãos”, foi hoje revelado.

“Em nome do Governo da Região Autónoma dos Açores, venho manifestar o nosso mais profundo pesar pelas dezenas de vítimas dos violentos incêndios florestais nas vossas ilhas e a nossa sentida solidariedade ao povo fraterno do arquipélago do Havai nestes dias de angústia e sofrimento”, escreve José Manuel Bolieiro, numa carta a que agência Lusa teve acesso.

Na missiva, dirigida ao governador do Havai, Josh Green, o líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), lembra a relação entre os dois arquipélagos, assinalando que, “apesar da distância geográfica”, os Açores sentem-se “próximos” do Havai.

“Desejo que a presente situação seja ultrapassada em breve sem maiores prejuízos materiais ou perdas humanas e manifesto a total disponibilidade da Região Autónoma dos Açores para a colaboração solidária que se afigurar oportuna”, acrescenta José Manuel Bolieiro.

O presidente do governo açoriano recorda igualmente que o Açores e o Havai são arquipélagos “irmãos” desde 1982, após o acordo firmado entre o então presidente do executivo açoriano, Mota Amaral, e o governador do Havai na altura, George R. Ariyoshi.

“Os Açores e o Havai têm um passado histórico e institucional de reconhecida cumplicidade. A emigração oficial das nossas ilhas do atlântico para as vossas ilhas do pacífico, embora já descontinuada, teve início em 1878 e está a comemorar 145 anos de afinidades identitárias que muito nos honram”, lembra.

De acordo com os dados mais recentes divulgados pelas autoridades locais, os incêndios que atingiram a ilha norte-americana de Maui, no arquipélago do Havai, provocaram pelo menos 93 mortos.

As entidades oficiais preveem que, à medida que as buscas prosseguem nas zonas devastadas, sejam encontradas mais vítimas.

Dois dos três incêndios de Maui ainda estão ativos, segundo o último balanço feito pelo condado, que até agora apenas conseguiu verificar a identidade de duas das 93 vítimas confirmadas.

Estes incêndios são os mais mortíferos nos EUA em mais de 100 anos, superando o de Camp Fire, no estado da Califórnia, que causou 85 mortos e reduziu a cinzas a cidade de Paradise.

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