O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, alertou hoje para os “extremismos” que procuram “destruir o funcionamento da democracia”, defendendo que é preciso “desconfiar” das “ditaduras e dos não democratas”.

“É bom que no mundo da política, não só a interna mas a externa, as democracias se defendam e percam a tendência da ingenuidade, da pluralidade que procura destruir, pelos extremismos, o funcionamento da democracia”, afirmou.

O líder do executivo dos Açores (de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que depende dos apoios de Chega, IL e deputado independente) falava na conferência internacional “Novos Desafios de Segurança e Defesa”, que decorreu em Angra do Heroísmo.

O presidente do Governo Regional defendeu que é preciso “defender as democracias” e “desconfiar” dos “não democratas, mesmo aqueles que possam viver em democracia”.

“Devemos nos pautar por princípios e valores e fazer a defesa da democracia enquanto democratas. Não há democracia sem democratas. Não é, em regra, a democracia que faz os democratas. São os democratas que fazem a democracia”, salientou.

Evocando a “dimensão marítima e espacial de Portugal” através dos Açores e da Madeira, José Manuel Bolieiro enalteceu a relevância geoestratégica do arquipélago açoriano.

“Sempre tivemos relevância geoestratégica, mas temos hoje mais potencial na relevância geopolítica e geoeconómica do futuro”, assinalou.

Na ocasião, o vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, realçou o “relevante papel geopolítico” da ilha Terceira, onde está localizada a Base das Lajes, que foi um “ponto de referência para a preservação da paz mundial”.

“Acredito que o nosso potencial geoestratégico não se perdeu com o tempo. A centralidade atlântica dos Açores e da Terceira continua, hoje, a ser um ativo não só para o nosso desenvolvimento regional, mas também para a manutenção da segurança global”, assinalou o número dois do executivo açoriano.

A conferência contou com a participação do ministro dos Assuntos Europeus e da Gestão de Propriedade no Governo da Finlândia, Anders Adlercreutz, e dos professores universitários Vladislav Lanovoy e Miguel Monjardino.

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