O deputado socialista Carlos Silva acusou hoje o Governo Regional de “deixar andar” a situação de uma eventual saída da Ryanair dos Açores, colocando em causa o turismo e a mobilidade dos açorianos.

“O Governo dos Açores está a deixar a situação andar, sem intervir, havendo o risco de, a partir de outubro, a Ryanair deixar de operar para os Açores, o que coloca em risco não apenas os fluxos turísticos, mas sobretudo a mobilidade dos açorianos, ao mesmo tempo que a Azores Airlines pode ser privatizada em 85%”, declarou o deputado aos jornalistas.

O parlamentar socialista visitou hoje a freguesia das Sete Cidades, no concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores.

De acordo com o Jornal de Negócios, a Ryanair e o Governo dos Açores “ainda não chegaram a um entendimento para a manutenção da base da companhia aérea no arquipélago”.

O CEO da companhia aérea, Eddie Wilson, declarou ao jornal que mantêm as negociações, mas, como não houve “nenhum desenvolvimento para incentivar” a empresa a ficar, a decisão de sair de Ponta Delgada “está iminente”.

Carlos Silva questiona mesmo “porque que é o Governo Regional não está interessado que a Ryanair fique nos Açores, considerando que “há aqui um fator de pressão adicional que coloca em causa a mobilidade dos açorianos”.

Sobre o Plano de Ordenamento Turístico dos Açores (POTRA), o deputado da oposição referiu que “nada se sabe [sobre o novo documento], ao mesmo tempo que se assiste a uma pressão turística elevada em determinados locais e ao impacto que o turismo tem na vida dos açorianos” e no acesso à habitação.

“Concordamos com a necessidade urgente de ordenar o turismo na região, mas não compreendemos é a inação do Governo dos Açores quando apresentou há mais de um ano um POTRA que estava desatualizado, com dados de 2017, e desde então não aconteceu nada”, frisou o deputado.

Carlos Silva referiu, por outro lado, que nas Sete Cidades há uma linha de água “há quase dois anos, resultado das intempéries, que está completamente obstruída, servindo paralelamente de caminho agrícola, e que impossibilita os trabalhadores de acederem às suas explorações”.

“É uma imagem que não dignifica a região e não valoriza o destino turístico”, considerou o parlamentar, alertando para que o Governo dos Açores “intervenha rapidamente na resolução do problema”, por forma a evitar uma “imagem de desmazelo e desleixo em determinados locais de interesse turístico, mas que também servem a população e o dia-a-dia das explorações agrícolas”.

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