O número de pessoas em lista de espera por uma cirurgia nos Açores aumentou, pelo terceiro mês consecutivo, em junho, para um total de 10.282 inscritos, segundo dados da Direção Regional da Saúde.

“Em junho de 2023 aguardavam em LIC [lista de inscritos para cirurgia] um total de 10.282 utentes, o que corresponde a um aumento de cerca de 1% (mais 90 utentes), face ao mês anterior. Quando comparado com o período homólogo, verifica-se um aumento de 2,5% (mais 255 utentes)”, lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado hoje pela agência Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.

Desde abril que a lista de espera cirúrgica nos Açores tem registado ligeiras subidas face ao mês anterior e desde maio que sobe também face ao período homólogo.

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o maior da região, era o que concentrava mais doentes em lista de espera para cirurgia (6.392) no final de junho, seguindo-se o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), com 2.640 utentes, e o Hospital da Horta (HH), na ilha do Faial, com 1.250 utentes.

O Hospital da Horta foi o único a registar uma descida face ao mês anterior (2,1%), enquanto o HDES e o HSEIT aumentaram a lista de espera em 1% e 2%, respetivamente.

Já em comparação com o período homólogo, apenas a unidade de Ponta Delgada baixou a lista de espera cirúrgica (4,7%), com HSEIT e HH a crescerem 16,5% e 18,3%, respetivamente.

Também o número de propostas cirúrgicas em espera nos Açores (há utentes que estão inscritos para várias cirurgias) aumentou em junho para um total de 11.432, mais 1,1% do que em maio e mais 1,5% do que no período homólogo.

Segundo o relatório, o tempo médio de espera por uma cirurgia nos Açores, no final de junho, era de 366 dias (cerca de um ano), período igual ao registado em maio, mas inferior em 63 dias ao de junho de 2022.

Era em Ponta Delgada que se esperava mais tempo (386 dias), ainda que o hospital tenha baixado o tempo médio em três dias face a maio e em 98 dias face ao período homólogo.

Na Terceira, o período médio de espera subiu sete dias para 349 (mais 13 do que em junho de 2022) e na Horta baixou três dias para 294 (mais 19 do que em junho de 2022).

As três unidades de saúde apresentavam um tempo médio de espera acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.

Apenas 57,2% das cirurgias realizadas em junho nos Açores ocorreram dentro do TMRG, menos 2,7 pontos percentuais do que em maio.

A produção cirúrgica no Serviço Regional de Saúde dos Açores registou uma quebra de 2,9% em junho, em comparação com o mês anterior e com o período homólogo.

“Foram realizadas 764 cirurgias, o que representa uma diminuição de cerca de 3% (menos 23 cirurgias), face ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano 2022, regista-se variação idêntica no número de cirurgias realizadas”, lê-se no relatório.

Enquanto o HSEIT (20,7%) e o HH (37,9%) aumentaram a produção cirúrgica face a junho de 2022, o Hospital do Divino Espírito Santo registou uma quebra de 21,1%.

Já em comparação com maio, apenas o Hospital da Horta aumentou o número de utentes operados (8,3%).

As propostas cirúrgicas entradas em junho aumentaram 10,6%, em comparação com o mês anterior, para 1.131, com o HDES a registar a maior subida (22,7%).

Nesse mês, foram ainda canceladas 249 cirurgias nos Açores, menos 1,2% do que em maio.

Enquanto o HSEIT reduziu em 50% o número de cancelamentos, o HH aumentou-o em 51,5%.

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