O vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, considerou hoje que a pobreza na região tem de ser enfrentada “sem complexos” e de “forma determinada”, devendo envolver “toda a gente”.

“A pobreza deve-nos convocar a todos: partidos, instituições, Governo, toda a gente. Não se combate, como é dito, com medidas assistencialistas. A pobreza tem que se enfrentar sem complexos, mas de uma forma determinada para que realmente os açorianos possam todos ter, como o senhor deputado disse, as necessidades garantidas”, afirmou hoje Artur Lima.

O governante falava no segundo dia do plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que decorre na Horta, na ilha do Faial, onde o deputado do PAN Pedro Neves abordou, numa intervenção política, a pobreza, considerado um “assunto crucial que afeta a vida de inúmeras pessoas nos Açores”.

Na resposta ao deputado único do PAN, Artur Lima admitiu que “só há uma fórmula para se sair da pobreza, que é educação”, e é a aposta que o Governo Regional está a fazer.

Referiu que o executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) encarou o problema que é “um problema estrutural da sociedade açoriana”.

“[A pobreza] não aconteceu nem piorou nos últimos dois anos e não passou a existir pobreza nos últimos dois anos e meio. Ela já existe há séculos nos Açores e a democracia talvez não tenha dado o necessário contributo para a resolver”, afirmou.

O vice-presidente do Governo açoriano defendeu que é preciso, “descomplexadamente, pensar num modelo de desenvolvimento dos Açores”, admitindo que “não é possível sem os fundos estruturais, para alavancar as empresas, para alavancar as pessoas e, obviamente, para alavancar a educação”.

Referindo-se diretamente ao deputado Pedro Neves, lembrou que o atual executivo está a investir na infância, nas creches gratuitas e a medida foi de tal forma bem-sucedida que agora existem “listas de espera”.

Foram também implementadas bolsas de estudo para apoiar os estudantes mais necessitados e aplicadas medidas para os idosos.

Segundo o vice-presidente do Governo Regional dos Açores, o atual executivo está a trabalhar para combater a pobreza e, para tal, encomendou um estudo técnico independente ao Centro de Estudos Sociais e à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, “que está a ser feito no terreno” (entrevistando pescadores, médicos, empresários, etc.) para “se perceber qual o modelo que podemos implementar”.

“Nenhum Governo quis tornar a sua região pobre. E é isso que nós não queremos. Queremos uns Açores com igualdade de oportunidades na educação, que as pessoas possam progredir na vida e, sobretudo, que se possam qualificar. O resto vem a seguir”, acrescentou.

Artur Lima também disse no plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores que “não há modelos liberais para sair da pobreza”.

“Os modelos liberais estimulam e fazem acontecer a pobreza, sobretudo numa região ultraperiférica e pobre como é a nossa”, salientou.

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