Poucos conhecem os quês e os porquês da vida de cada um.
Há histórias de vida perdidas em labirintos de consumos, em rutura, muitas das quais anseiam por um final feliz a cada dia de luta, de resistência ao desejo de consumir.
É, também, destas vidas que as políticas públicas tratam.
Mas por cá, no que às políticas públicas que visam a redução dos Problemas Ligados aos Comportamentos Aditivos e Dependências diz respeito, ouvimos, no seguimento da segunda reunião da ‘Task Force’, que “Temos de conhecer bem, de saber bem quem são as pessoas que queremos ajudar”, que é preciso fazer um diagnóstico real, criar um observatório, que, neste momento, “é prematuro estar a divulgar medidas”.
E, assim, vamos no domínio das dependências com este Governo de coligação de 3+2.
Se o anterior Secretário Regional da Saúde pouco mais fazia do que dar continuidade às linhas orientadoras do Governo Socialista, a atual Secretária Regional adia medidas porque não conhece bem as pessoas afetadas pelo flagelo das drogas sintéticas.
E, assim, vamos no domínio das dependências com este Governo de direita.
São já muitos os estudos, nomeadamente os realizados na Região, que indicam que é fundamental que a atuação do Governo seja empreendida em estreita parceria com a comunidade e assente numa Estratégia transversal aos diferentes domínios da Ação Social, da Saúde, da Educação, da Formação e Emprego, da Habitação, da Cultura e da Economia, entre outros, intervindo de uma forma Integrada, Sistémica e Territorializada com capacidade para a adaptação contínua às necessidades da comunidade, das famílias e dos indivíduos em contínua alteração.
O agravamento deste fenómeno, consequência da severidade dos consumos das NSP’s, exige que se promovam respostas mais eficazes a este flagelo, respostas que vão além de uma intervenção assistencialista.
Exige que se reforce a capacidade e os meios das instituições que lidam com as dependências, por forma a assegurar uma intervenção caracterizada por uma visão proactiva das pessoas e pela promoção da coesão sociofamiliar, do desenvolvimento pessoal, social e local e da proteção dos grupos mais vulneráveis.
A pretexto de mais estudos e diagnósticos, este Governo tarda em avançar com medidas que reforcem procedimentos ajustados e integrados na comunidade e que permitam a criação e o fortalecimento das redes interinstitucionais, como são bom exemplo da governação socialista as RLI – Redes de Intervenção Local criadas em todos os concelhos da RAA e o Manual de Articulação e Referenciação, publicado em 2019 e ainda em vigor no portal do GRA.
Este não é o momento de esperar. É o momento de agir.
É o momento de as estruturas socio sanitárias reforçarem e desenvolverem novas ações de proximidade no terreno, quer ao nível individual, quer ao nível comunitário.
Porque é de Vidas que falamos. Vidas em risco. Vidas de pessoas comuns.
Vidas que se perdem nas ruas onde todos, todos os dias, vagarosa ou apressadamente, caminhamos.
Vidas que ninguém pode esquecer. O PS não esquece.