A comissão política concelhia do PSD da Praia da Vitória, nos Açores, destacou hoje “a seriedade e a correção da autarquia” no processo de reestruturação da Cooperativa Praia Cultural, considerando que os problemas resultaram “da má gestão socialista”.

“A reestruturação dos recursos humanos na Cooperativa Praia Cultural advém inteiramente da má gestão socialista, que contratou sem qualquer tipo de critério e sem garantir a sustentabilidade dos recursos humanos e materiais da câmara”, refere o vice-presidente da estrutura, Rafael Lima, citado numa nota de imprensa.

Rafael Lima lembra que a Assembleia Municipal, realizada na sexta-feira, “aprovou a internalização parcial da Cooperativa Praia Cultural na Câmara Municipal, concretizando-se mais uma etapa do processo de reorganização e resolução financeira da autarquia”.

“Não vamos perpetuar os incumprimentos do passado, que desrespeitaram sempre uma entidade soberana como é o Tribunal de Contas”, salienta, considerando que “a solução encontrada regulariza o processo administrativo e financeiro e permite o processo de reestruturação dos serviços e de resolução financeira do município”.

No comunicado, os social-democratas sustentam que as opções políticas deste executivo da Câmara Municipal, presidida por Vânia Ferreira, eleita pelo PSD, “têm fundamento técnico, em que os dados mostram que não existe autonomia financeira para manter a estrutura existente da Cooperativa Praia Cultural”.

“Face à fragilidade financeira do município, este executivo camarário arregaçou mangas e foi em busca de ajuda externa, face ao descalabro encontrado, em 2021. Lamentavelmente, o PS não consegue fazer a interpretação dos números, nem tão pouco apresentar alternativas, limitando-se ao ataque partidário, para tentar fazer esquecer o passado”, lê-se no comunicado de imprensa.

A concelhia do PSD da Praia da Vitória, na ilha Terceira, entende ainda que “a auditoria externa financeira e de recursos humanos foi bem clara”, assim como são “claras as intenções do atual executivo”.

“O tempo em que se fazia dívida para pagar dívida acabou na Praia da Vitória e, felizmente, os cidadãos praienses estão cientes disso mesmo”, sustentam ainda os social-democratas, que consideram ser “no mínimo caricato” o PS “fazer de conta que o passado não aconteceu”.

Na segunda-feira, o PS reiterou que os despedimentos na Cooperativa Praia Cultural são uma “opção política” e não uma exigência do Fundo de Apoio Municipal (FAM), criticando a atuação da presidente da Câmara da Praia da Vitória.

Em 22 junho, o BE/Açores defendeu que a situação financeira da autarquia não cumpre requisitos para aceder ao FAM e pediu a suspensão do processo de despedimentos na cooperativa.

No dia seguinte, a presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória disse que deverá propor, em breve, um plano de apoio ao FAM, alegando que o município já preenche o rácio necessário.

Quanto à redução do número de funcionários da cooperativa, criticado pelo BE, Vânia Ferreira assumiu que a decisão é do município, mas ressalvou que “houve um reconhecimento” do FAM de que um dos maiores encargos era “a massa salarial”.

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