A IL/Açores denunciou hoje a “incompetência” do Governo Regional e da coligação (PSD/CDS-PP/PPM) por ter rejeitado uma proposta dos liberais para encontrar “uma solução” para o matadouro público de São Miguel, que está “em autogestão”.

“Denunciamos a incompetência do Governo Regional dos Açores, da administração do IAMA (Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas), dos grupos parlamentares da coligação que apoiaram o Governo no sentido de não prosseguir com a proposta que a IL apresentou, com a agravante de que, neste momento, trouxe o matadouro de São Miguel a uma situação de autogestão. Não tem direção há já alguns dias, está demissionária”, afirmou o deputado da IL/Açores, Nuno Barata.

O deputado único da IL no parlamento açoriano falava numa conferência de imprensa na delegação da Assembleia Legislativa Regional em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, onde denunciou “a situação inadmissível” vivida na “maior unidade industrial e uma das mais importantes” do setor agroindustrial.

Nuno Barata, também dirigente regional da IL, apontou que a situação no matadouro de São Miguel já se “acumula desde 2008”, mas “sem solução” à vista para a unidade industrial e para os trabalhadores”, criando “enormes constrangimentos à economia e à fileira que depende da infraestrutura.

O deputado liberal lembrou que a IL apresentou em julho de 2022 uma proposta para transformação do IAMA numa sociedade anónima e um dos pressupostos “era acudir às reivindicações dos trabalhadores e às necessidades do tecido económico”.

O matadouro de São Miguel é “um ativo bastante importante” para a transformação de produtos da agricultura, nomeadamente carne de vaca, porco e aves, além de prestar “um serviço social” no abate de aves a privados, assinalou.

Nuno Barata considerou que “não é admissível” a atual situação no matadouro de São Miguel, provocando “enormes constrangimentos para a economia e para os agricultores e comerciantes e exportadores e todo o setor”.

“Está em autogestão”, vincou, reiterando que a IL tinha “uma solução”, mas o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) “não a soube acatar por incompetência, por incapacidade de compreender sequer o alcance que ela tinha”.

“O Governo e os grupos parlamentares da coligação uniram-se contra a proposta da Iniciativa Liberal e o resultado está bem à vista”, acusou.

Nuno Barata referiu que “mais uma vez a Iniciativa Liberal reafirmou qe estava preparada para fazer alterações na governação dos Açores”, mas “este Governo não estava preparado para acudir às necessidades que os açorianos precisavam”.

No entender do deputado liberal este é mais um exemplo de “incapacidade” do Governo Regional em implementar medidas tal como aconteceu com o serviço de ‘shuttle’ no acesso à Lagoa do Fogo, em São Miguel, que tem demonstrado alegadas falhas.

Nuno Barata sustentou ainda que os trabalhadores do matadouro de São Miguel “têm vindo a fazer um esforço de resiliência para resolverem os problemas da administração do Governo regional e da administração do IAMA”.

“E, mais uma vez demonstram isto com boa-fé quando suspenderam a greve para obviarem os abates para as festas do Espírito Santo e passado isto não há mais novidades”, acrescentou.

O deputado lamentou que a “única novidade” neste processo tenha sido o anúncio do secretário regional da Agricultura de apresentação de uma anteproposta de lei à República”.

“Ora os problemas da Região Autónoma dos Açores não podem continuar a ser empurrados para Lisboa, porque então para isto mandamos a bandeira, mandamos o Governo Regional, mandamos tudo para Lisboa e nomeamos um governador civil e não precisamos de governo autónomo para coisíssima nenhuma”, sustentou.

O deputado da IL no parlamento dos Açores, rompeu a 08 de março o acordo de incidência parlamentar feito com o PSD para apoio ao governo de coligação com o CDS-PP e o PPM.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).

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