As obras em curso na Calheta Pêro do Teive, em Ponta Delgada, deverão ser retomadas em setembro, depois de terem sido interrompidas devido ao aumento de custos de construção, disse à agência Lusa fonte da empresa Asta Atlântida.

Na última reunião da Assembleia Municipal de Ponta Delgada, o presidente do município, o social-democrata Pedro Nascimento Cabral, informou que a empresa havido pedido uma suspensão das obras para a construção de um hotel na Calheta Pêro de Teive.

Questionada pela Lusa, a empresa referiu que, “em maio de 2023, o Fundo Discovery e a Asta-Atlântida tomaram a decisão de suspender as obras na Calheta Pêro de Teive”.

Segundo a Asta Atlântida, esta decisão pretende “garantir o equilíbrio financeiro, face ao contexto atual de aumento de custos de construção”.

“De acordo com o planeamento em vigor, e após conclusão de processos de ‘value engineering’ (engenharia de valor) e de negociação de propostas de empreitadas, a decorrer, prevê-se que a obra seja retomada em setembro deste ano”, acrescentou.

A empresa assegurou que vai respeitar a “tipologia e classificação” da obra, “sem prejuízo de revisões técnicas que otimizem custos de investimento”.

A Asta-Atlântica disse ainda que “mantém o empenho na conclusão das diligências necessárias e precedentes à retoma da obra, no prazo de execução do mesmo”.

O processo da Calheta de Pêro de Teive arrasta-se desde 2008, altura em que foi anunciado um novo espaço comercial na marginal de Ponta Delgada, a cargo da Asta Atlântida, agora detida pelo fundo Discovery, mas que nunca foi terminado.

Em 2016, o mesmo fundo apresentou uma “mudança radical” para as inacabadas galerias comerciais, que passava por demolições e redução de volumetrias, aproveitando o espaço para a criação de uma unidade hoteleira e de um jardim público.

O processo de reformulação do projeto de arquitetura só foi iniciado em 2018.

Em 2021, a autarquia intimou a Asta Atlântida a promover a demolição da obra inacabada das galerias comerciais da Calheta Pêro de Teive.

A demolição das galerias inacabadas permitiu derrubar “tudo o que está acima da cota zero, que é a laje por cima das garagens, exceto o edifício a poente”, esclareceu, na altura, o administrador da Asta Atlântida, José António Resendes.

Para aquele imóvel, do Governo Regional, previa-se um posto de turismo, indicou na ocasião o responsável.

Em 16 de dezembro de 2021, a Câmara Municipal de Ponta Delgada ordenou que a demolição parcial das Galerias da Calheta Pêro de Teive se iniciasse no prazo de um mês.

Passada uma semana, em 22 de dezembro, a autarquia informou que a empresa ia assumir a responsabilidade pela demolição da obra.

A Câmara de Ponta Delgada anunciou, em 06 de outubro de 2022, que emitiu o alvará de licença de construção de um novo hotel na Calheta Pêro de Teive, com validade de 16 meses, após o pedido da sociedade Asta Atlântida.

Em comunicado, o município revelou que “procedeu à emissão do alvará de licença” no “âmbito da operação urbanística de construção de uma unidade hoteleira na Calheta Pêro de Teive, após receber todos os documentos legalmente exigidos”.

PUB