Os partidos da coligação e o deputado do Chega com assento na Comissão de Assuntos Sociais, rejeitaram a audição do Dr. Carlos Ponte, no sentido de este poder vir a prestar esclarecimentos sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) nos Açores.

A audição ao Diretor de Serviço de Obstetrícia do HDES, Carlos Ponte, foi requerida pelo GPPS/A, na sequência da disparidade entre os números oficiais do Governo Regional em termos de quantidade de pedidos de IVG e aqueles que foram avançados pelo especialista, em declarações à comunicação social.

“O Diretor do Serviço de Obstetrícia do HDES, Dr. Carlos Ponte, afirmou terem chegado àquele hospital 120 mulheres solicitando IVG e não as 80 referidas, publicamente, pela Secretária Regional da Saúde e Desporto. Esta é uma disparidade de números que, apesar de habitual por parte deste Governo, não pode deixar de ser questionável, criticável e cabalmente esclarecida”, frisou o deputado Tiago Lopes.

O parlamentar socialista sublinhou que ouvir o Dr. Carlos Ponte em Comissão “permitiria esclarecer os números e os contornos de como têm decorrido os pedidos e os processos de IVG nos Açores”, uma vez que o anterior Conselho de Administração do HDES, liderado por Cristina Fraga, atual Presidente da Estrutura de Missão para o Acompanhamento do Financiamento da Saúde nos Açores (EMAFIS), “optou por um protocolo com a Clínica dos Arcos”, dizendo à época que “não havia enquadramento legal para processar vencimento aos técnicos que não eram objetores e que realizavam as IVG”.

“Esta é a segunda vez que na Comissão de Assuntos Sociais os partidos da coligação e o deputado do Chega rejeitam a audição de um Diretor de Serviço da maior unidade hospitalar da Região”, recordou Tiago Lopes.

Em outubro de 2022 foi chumbada a audição do Dr. Rui San-Bento, na sequência de uma petição com mais de 40 subscritores, que apelavam aos deputados da Assembleia Regional pela audição do Diretor de Serviço da Unidade de Oncologia Médica do HDES, no âmbito de constrangimentos verificados na atividade assistencial prestada aos doentes oncológicos pela referida unidade e após o referido médico se ter disponibilizado para ser ouvido pelos deputados da Comissão.

“Esta aversão à transparência, ao esclarecimento e à audição de quem elegeu os deputados regionais e de quem estes representam merece o repúdio por parte do GPPS/A”, afirmou Tiago Lopes.

PUB