O festival de artes dos Açores Walk&Talk, que decorre anualmente, em São Miguel, dá este ano os seus primeiros passos em direção a um formato bienal, em 2025, que permite “aprofundar” a investigação artística, anunciou hoje a organização.
“O processo de maturação do Walk&Talk, que decorre da sua capacidade de reinvenção e evolução, aliado à intenção de consolidar o seu papel, de forma mais ativa e constante, no questionamento de práticas artísticas contemporâneas, são elementos-chave que levaram à decisão de aplicar um modelo e formato bienal”, revelou hoje a organização do festival.
O Walk & Talk, organizado pela associação cultural Anda&Fala, realizou-se pela primeira vez em 2011, na cidade de Ponta Delgada, “estimulando a criação no contexto cultural e geográfico específico dos Açores”, e “assinala o culminar do trabalho de programação contínua e transversal”.
Após uma década, o Walk&Talk terá um formato bienal, que acontecerá em 2025, nos meses de junho e julho, com epicentro na ilha de São Miguel.
Este passo permitirá “alicerçar a relação com o território” e expandir o festival nos circuitos artísticos nacionais e internacionais, sublinha a organização.
Esta primeira Bienal Walk&Talk terá a duração de sete semanas, e a sua programação estender-se-á por vários espaços da cidade de Ponta Delgada e da ilha de São Miguel (museus, galerias, academia, espaços independentes, espaços públicos).
A organização do festival sublinha que a transformação do Walk&Talk em bienal permite “aprofundar a investigação artística” e “prosperar as condições de trabalho das equipas artísticas e de produção” e potenciar o envolvimento de “novos parceiros e agentes (locais e de outras geografias) dada a maior extensão de tempo disponível”.
Ao longo destes dois anos, até ocorrer o formato bienal, o projeto desenrolar-se-á através de residências artísticas, ações públicas e projetos educativos, exposições, performance e música.
A organização adianta ainda que, nos próximos meses, iniciar-se-ão várias residências artísticas com as diferentes equipas de curadores e artistas, convidados a desenvolver novas comissões/projetos para a Bienal, muitos deles em colaboração com investigadores, cientistas e instituições açorianas.
As residências serão articuladas com um programa e ações de mediação e convite, que “procuram ampliar relações com escolas, agentes e públicos locais”, refere-se em comunicado de imprensa.
Em junho de 2024 (um ano antes da Bienal), inaugura oficialmente o caminho para a Bienal Walk&Talk, com um programa de partida, num fim de semana de seminários, performances e excursões que contextualizam os temas e protagonistas da Bienal.
Ao longo das suas edições o Walk&Talk olhou para a ilha como “ponto de intersecção e construiu geografias afetivas, culturais e territoriais alternativas, que imaginaram outras centralidades e relações”, destaca a organização.
O percurso feito pelo festival gerou também novos projetos como a RARA e o PARES, e culminou, em 2020, na fundação da vaga, um espaço de arte e conhecimento, casa da associação cultural organizadora do festival, a Anda&Fala.