O Benfica sagrou-se hoje campeão português de futebol pela 38.ª vez, depois de vencer em casa o lanterna-vermelha Santa Clara, por 3-0, em jogo da 34.ª e última jornada da I Liga portuguesa.

A precisar de um triunfo para assegurar matematicamente o título, o Benfica marcou por Gonçalo Ramos (07 minutos), Rafa (28) e Grimaldo (60), de penálti.

Após uma ‘seca’ de três temporadas, os ‘encarnados’ voltaram a festejar um título nacional, terminando a I Liga com 87 pontos, mais dois do que o FC Porto.

 

Benfica ganhou margem e liderou do princípio ao fim

O Benfica chegou ao 38.º título da sua história na I Liga de futebol com um caminho seguro, em que liderou, primeiro acompanhado e, depois, isolado, desde o início a edição 2022/23 do campeonato.

Sob novo comando, do treinador alemão Roger Schmidt, e com contratações que se revelaram verdadeiros reforços, as ‘águias’ transformaram este campeonato numa conquista condizente com a sua história, sem nunca estarem verdadeiramente em risco.

Dos 17 adversários, apenas cinco conseguiram tirar pontos ao novo campeão, que registou dois empates, com Vitória de Guimarães e Sporting, e três derrotas, com FC Porto, Sporting de Braga e, surpreendentemente, Desportivo de Chaves.

O primeiro ‘revés’ aconteceu após um arranque com sete vitórias, quase dois meses após o início da Liga, já em outubro, num ‘nulo’ em Guimarães, com a equipa a ter à oitava jornada, mesmo assim, mais três pontos do que os seus perseguidores.

Uma clivagem que se acentuou nas rondas seguintes, especialmente com a vitória no Dragão (1-0), à 10.ª ronda, e com a perda de pontos do FC Porto na jornada imediatamente a seguir, a 11.ª, em casa do Santa Clara (1-1).

Os ‘encarnados’ chegaram à interrupção para o Mundial2022, no Qatar (20 de novembro a 18 de dezembro), com grande folga, após uma sequência de 12 vitórias e um empate, somando, à ronda 13, mais oito pontos do que o FC Porto e nove face ao Sporting de Braga.

A paragem, de mais de um mês, não foi benéfica para as ‘águias’, que, no regresso, já no final do dezembro, sofreram com estrondo a primeira derrota, em casa do Sporting de Braga (3-0), num jogo em que se viram a perder logo aos dois minutos.

O desaire tirou conforto na liderança, de oito para cinco pontos, mas não teve efeito mais negativo porque na ronda seguinte foi o FC Porto a ser, novamente, travado (0-0) na visita ao Casa Pia, passando os bracarenses para segundos, a seis pontos.

Até esta fase, foram pontuais as oscilações nas diferenças do líder para os restantes, com o Benfica, que ainda empatou na receção ao Sporting (2-2, à 16.ª jornada), a fechar a primeira volta com o Braga a quatro pontos e o FC Porto a cinco.

Na segunda metade do campeonato, a equipa voltou a ter uma entrada em crescendo e, embora menos exuberante nas exibições, até teve a melhor série de resultados na prova, com 10 vitórias consecutivas (17.ª à 26.ª jornadas).

Mesmo a perda do campeão mundial argentino Enzo Fernández – transferido para o Chelsea por 121 milhões de euros -, não foi tão impactante como se poderia pensar, com a equipa a reinventar-se com Chiquinho, e, mais tarde, já sobre o final do campeonato, com o jovem João Neves.

Esse percurso na segunda volta permitiu ao Benfica acabar a 26.ª ronda com a vantagem de 10 pontos e o campeonato só não ficou resolvido na seguinte porque o FC Porto resgatou a esperança com uma vitória no clássico da Luz (2-1).

Para os ‘dragões’ o jogo significou a possibilidade de continuar a sonhar e foi isso que a equipa de Sérgio Conceição fez, então longe ainda de imaginar que a mesma cairia para quatro na jornada seguinte, quando o Benfica perdeu em Chaves (1-0).

Uma diferença que manteve, ainda assim, o Benfica a depender de si próprio, com triunfos diante Estoril Praia (1-0), Gil Vicente (2-0), Sporting de Braga (1-0) e Portimonense (5-1), e um empate em casa do Sporting (2-2).

O 38.º título acaba por chegar mesmo no fim, na 34.ª e última jornada, com o Benfica a vencer no Estádio da Luz o Santa Clara, e o FC Porto, à mesma hora, o Vitória de Guimarães, ambos por 3-0, mantendo as ‘águias’ uma vantagem de dois pontos na frente.

O Benfica ‘coroa’, provavelmente, este título, – quando ainda falta jogar o Sporting de Braga-Paços de Ferreira – com o melhor ataque da prova, com 82 golos, e também a defesa menos batida, com 20 sofridos.

Apenas quatro jogadores repetem título de 2018/19

O grego Vlachodimos, o espanhol Grimaldo e os portugueses Florentino e Rafa são os únicos futebolistas do atual plantel do Benfica que já se tinham sagrado campeões há quatro anos, no último título dos ‘encarnados’.

Depois de o Benfica ter conquistado hoje o seu 38.º título de campeão português, são 24 os jogadores que nunca tinham ganhado qualquer título da I Liga, feito apenas alcançado por sete dos jogadores já utilizados pelo treinador Roger Schmidt.

Em 2018/19, então comandados por Bruno Laje, que substituiu durante a época Rui Vitória, o guarda-redes Vlachodimos, o defesa Grimaldo e o avançado Rafa já faziam parte do núcleo duro da equipa, com Florentino, então com 20 anos, a ter menos influência do que teve esta temporada.

Como jogador do Benfica, Grimaldo já era um dos jogadores com mais títulos portugueses, depois de ter vencido em 2015/16, 2016/17 e 2018/19, ao lado do regressado Gonçalo Guedes, campeão em 2014/15, 2015/16 e 2016/17, além de já ter também uma Liga francesa pelo Paris Saint-Germain (2017/18).

Dos repetentes de 2018/19, Rafa Silva já tinha duas medalhas de campeão (2016/17 e 2018/19) e Vlachodimos e Florentino apenas uma, naquele que tinha sido o último cetro dos ‘encarnados’.

Mais dois jogadores tinham conquistado títulos da I Liga, mas por ‘rivais’ do Benfica, com João Mário a ser campeão em 2020/21, pelo Sporting, e o campeão do mundo Otamendi a ser tricampeão pelo FC Porto (de 2010/11 a 2012/13), tendo ainda duas Ligas inglesas pelo Manchester City.

Entre os jogadores mais utilizados por Schmidt, são vários os que não tinham ainda conquistado qualquer campeonato nacional, mesmo em outros países, como o brasileiro Gilberto e os portugueses António Silva, Chiquinho e Gonçalo Ramos, assim como o jovem João Neves, várias vezes titular nos últimos encontros.

Também os menos utilizados Lucas Veríssimo, Morato, Cher Ndour, Tengstedt e Schjelderup nunca tinham conquistado um campeonato nacional, assim como o guarda-redes Samuel Soares, lançado hoje nos minutos finais do triunfo sobre o Santa Clara.

O brasileiro David Neres já tinha três títulos da Liga neerlandesa pelo Ajax, enquanto o norueguês Bah tinha sido uma vez campeão na República Checa, pelo Slavia Praga, ao serviço do qual o croata Musa foi duas vezes vencedor da Liga.

Atualmente lesionado, o alemão Draxler, um dos dois campeões do mundo no plantel ‘encarnado’, juntamente com Otamendi, tinha vencido quatro ligas francesas com o PSG, enquanto o sérvio Ristic ganhou o campeonato no país natal.

O norueguês Aursnes, que já era campeão na Noruega, pôde festejar duas vezes esta temporada, uma vez que antes de celebrar o título pelos ‘encarnados’ já tinha visto o Feyenoord, pelo qual fez dois jogos antes de se mudar para a Luz, ser campeão dos Países Baixos.

Vários jogadores abandonaram o Benfica no decorrer da temporada, depois de já terem sido utilizados na I Liga, pelo que também têm direito a receber medalhas de campeões, como o caso do argentino Enzo Fernández, que saiu para o Chelsea por 121 milhões de euros em janeiro e que soma o segundo título nacional, depois de ter vencido na Argentina em 2021.

O belga Vertonghen já tinha duas ligas neerlandesas pelo Ajax e o ucraniano Yaremchuk havia vencido em ‘casa’ pelo Dínamo Kiev, sendo que o alemão Weigl, os portugueses Diogo Gonçalves e Henrique Araújo e o brasileiro Rodrigo Pinho são pela primeira vez campeões.

André Almeida, que podia ter conquistado o sexto título nacional, rescindiu antes de fazer qualquer encontro, enquanto Gil Dias, João Victor e Paulo Bernardo atuaram pela equipa principal em outras competições, mas saíram antes de jogarem na I Liga.

Presidente da Liga de clubes envia parabéns ao Benfica

O presidente da Liga de clubes, Pedro Proença, enviou hoje os parabéns ao Benfica e ao presidente do clube, Rui Costa, pela conquista do 38.º título de campeão português de futebol do seu historial.

“Na conquista deste 38.° campeonato, endereço sentidos parabéns a toda a equipa, treinadores e dirigentes pelo excelente campeonato, competitividade e garra que demonstraram jornada a jornada, bem como ao presidente Rui Costa. Parabéns ao SL Benfica por mais um título a juntar ao já vasto palmarés”, escreveu Pedro Proença, numa mensagem publicada nas redes sociais.

A própria Liga Portuguesa de Futebol Profissional também felicitou “o SL Benfica, os seus jogadores, equipa técnica, staff e dirigentes, pela conquista do 38.º troféu nesta prova”.

O Benfica sagrou-se hoje campeão português de futebol pela 38.ª vez, depois de vencer em casa o lanterna-vermelha Santa Clara, por 3-0, em jogo da 34.ª e última jornada da I Liga portuguesa.

A precisar de um triunfo para assegurar matematicamente o título, o Benfica marcou por Gonçalo Ramos (07 minutos), Rafa (28) e Grimaldo (60), de penálti.

Após uma ‘seca’ de três temporadas, os ‘encarnados’ voltaram a festejar um título nacional, terminando a I Liga com 87 pontos, mais dois do que o FC Porto.

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