Entre o que fez e o que depois promete, a vida política de Vasco Cordeiro é uma contradição insanável. Não estamos perante um caso único. Tomara que se tratasse de uma exceção, em vez de um caso de genética partidária, diria assim.
Ainda há pouco, na República, ao dr. Costa coube em sorte 350 milhões de euros vindos da lucrativa Caixa Geral de Depósitos, o banco do Estado, que viu crescer os seus ganhos em 45%, comparativamente ao ano de 2022.
A notícia de tais lucros passou, como se costuma dizer, entre os pingos da chuva, sem o alarido e as insurgências que as esquerdas costumam expressar sempre que a banca escapa ao prejuízo – ninguém ousou acusar a Caixa das malfeitorias que habitualmente são atribuídas ao capitalismo e seus fiéis servidores.
Na lógica do proposto por Cordeiro, em relação a meia dúzia de milhões que o Governo dos Açores receberá da EDA, o impagável Primeiro-Ministro seria agora chamado a dividir os milhões da CGD em generosidades pré-eleitorais, principalmente pelos indigentes pensionistas que na dita Caixa são obrigados a manter conta aberta.
Em alternativa o dr. Costa pode destinar parte desse pecúlio para saldar a dívida da República aos Açores, 85 milhões, nas contas do Governo Regional, devidos pelos prejuízos causados pelo furacão Lorenzo, mais as indemnizações à SATA, pelas rotas não liberalizadas, e ajudas à agricultura. Se contabilizarmos o protocolo com a Universidade e as ajudas aos empresários, para fazer face à subida do salário mínimo, então a fatura sobe vertiginosamente.
O PS destas bandas nada diz a propósito.