O risco de fugas de combustíveis na base das Lajes, nos Açores, é hoje muito menor do que no passado, porque há melhores equipamentos e um reforço de monitorização, segundo o responsável pelo departamento de ambiente.

“No passado, não havia a preocupação ambiental que existe hoje, nem o conhecimento que existe em relação aos problemas que daí advêm. Atualmente, a gestão é feita e praticamente não há nenhum derrame ou problema e, quando há, normalmente são coisas muito pequenas que acontecem em qualquer oficina, que é logo limpo e resolvido na hora”, adiantou, em declarações aos jornalistas, o engenheiro ambiental Vítor Berbereia, responsável do departamento de ambiente da Base das Lajes.

O armazenamento e manuseamento de combustíveis e outros poluentes pela Força Aérea norte-americana na base das Lajes provocou no passado a contaminação de solos e aquíferos na Praia da Vitória, na ilha Terceira.

Identificada em 2005 pelos próprios norte-americanos, a contaminação foi confirmada, em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que monitoriza desde 2012 o processo de descontaminação.

Segundo Victor Berbereia, o regulamento utilizado atualmente pela Força Aérea norte-americana, revisto regularmente por uma equipa na Alemanha, segue a legislação mais apertada, entre a portuguesa e a norte-americana.

“O risco [de fugas de combustível] é muito baixo, aqui como em qualquer outro lado”, frisou, acrescentando que “existem sistemas secundários de contenção”.

A base tem hoje “um grande foco na prevenção”, realizando anualmente exercícios de resposta a derrames, revelou.

Há também novas tecnologias e equipamentos que permitem uma monitorização à distância e com maior precisão.

“Temos tanques secundários à volta dos tanques, verificações de segurança e monitorização das linhas”, sublinhou.

Numa visita aos tanques de combustíveis da Força Aérea norte-americana, o sargento Matthew Benassi revelou que estão em curso projetos de modernização dos tanques e dos oleodutos, reforçando que são feitas “inspeções diárias, semanais, mensais e anuais aos tanques”.

É na base das Lajes que a Força Aérea dos Estados Unidos tem a maior infraestrutura de armazenamento de combustíveis fora da Europa.

Atualmente, os tanques têm cerca 16 milhões de galões de combustível (60,5 milhões de litros), mas têm capacidade para receber 38 milhões (144 milhões de litros), incluindo 32 para abastecimento de aeronaves.

“Qualquer avião pode divergir para aqui por alguma emergência. É sempre bom estar preparado, em caso de os nossos parceiros precisarem”, salientou o sargento.

Só em 2022 foram abastecidos aviões de 18 países da NATO, segundo Matthew Benassi.

“Em média, utilizamos cerca de 5 milhões de galões [19 milhões de litros] por ano em abastecimento de aeronaves que passam pelas Lajes”, acrescentou.