Brian Hardeman, comandante norte-americano da Base das Lajes

O comandante norte-americano da Base das Lajes, Brian Hardeman, defendeu hoje que a infraestrutura continua a ser estratégica para os Estados Unidos da América (EUA), admitindo a possibilidade de um reforço de meios no futuro.

“É algo que estamos a explorar, com base em futuras necessidades, que ainda estão a ser definidas. Os Açores são uma localização estratégica. Os Estados Unidos e Portugal são basicamente melhores amigos e queremos garantir que continuamos a capitalizar essa relação. Estamos definitivamente a considerar um reposicionamento e potencialmente trazer recursos adicionais, seja mão-de-obra ou outros, para ajudar em futuras missões, que ainda estão a ser definidas”, afirmou.

O comandante do 65th Air Base Group, estacionado na base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, falava, em declarações aos jornalistas, durante um encontro com a comunicação social, numa altura em que decorre na ilha um exercício militar com quatro aeronaves KC-46 Pegasus, de reabastecimento aéreo.

As quatro aeronaves e um Boeing C-17 trouxeram à ilha Terceira aproximadamente 300 militares de New Hampshire, que ficaram alojados na base das Lajes, para participar num exercício que durará cerca de quatro dias.

“Eles escolheram-nos devido à nossa ótima localização. Estão a fazer um exercício, que podiam fazer em qualquer lado, mas eu estou feliz por os podermos receber aqui, para permitir que possam treinar e executar a sua missão”, salientou o comandante.

Desde a redução do efetivo, em 2015/2016, estão em permanência na base das Lajes 164 militares, apoiados por 420 civis portugueses, mas Brian Hardeman não fecha a porta a um eventual reforço.

“No futuro, com base nas missões, esse número pode aumentar. Tudo depende de como as missões forem definidas”, adiantou.

Nada está “definido com clareza” neste momento, mas “a concorrência estratégica é um ‘monstro’, que exige muita avaliação e análise”.

“Queremos ter a certeza de que estamos a dar o nosso melhor para cumprir essa tarefa. Não queremos fazer nada que seja prematuro, que possa interromper as relações entre Portugal e os Estados Unidos, fazendo algo que nos obrigue a recuar”, explicou.

Desde o processo de redução que os militares são colocados nas Lajes por comissões de um ano, sem direito a acompanhamento familiar pago, mas a Força Aérea norte-americana está também a considerar reverter essa decisão.

“No futuro, estamos a considerar a melhor forma para trazer as famílias e mudar as comissões de 12 para 24 meses (…) Não é algo que vá acontecer de um dia para o outro, vai defetivamente levar algum tempo, mas é algo que os líderes estão a considerar”, adiantou o comandante norte-americano.

O KC-46 Pegasus, o mais moderno reabastecedor da Força Aérea norte-americana, tem capacidade para reabastecer um avião C17 ou 10 a 12 caças, em minutos, durante o voo, podendo também ele ser reabastecido no ar.

Ainda assim, o comandante norte-americano considerou que a base das Lajes continua a ter um papel importante de apoio às aeronaves que cruzam o Atlântico, até porque tem “a segunda maior pista” em bases onde os Estados Unidos têm presença na Europa, “48% da capacidade combustível e 21% do espaço de estacionamento”.

“A base das Lajes é absolutamente estratégica. O que podemos fazer a partir deste local é praticamente único no Atlântico e na região de África”, reforçou.