O deputado e líder do BE/Açores vai requerer a audição urgente, na comissão parlamentar de Economia, da presidente da SATA e do secretário regional das Finanças, devido à “engenharia financeira” nos resultados do grupo relativos a 2022.
Em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, António Lima acusou o grupo SATA de “engenharia financeira” na apresentação dos resultados relativos a 2022, considerando que esta prática “não é aceitável”.
Em 19 de abril, recordou, a SATA “anunciou resultados, relativos a 2022, de menos 34 milhões de euros na SATA Internacional e de menos 2,5 milhões na SATA Air Açores”.
No ano anterior, “tinham sido registados pela SATA Internacional [responsável pelas ligações aéreas de e para fora do arquipélago], menos 50 milhões de euros e pela SATA Air Açores [ligações entre ilhas do arquipélago] menos 6,8 milhões”, acrescentou, considerando que a comunicação da empresa e dos partidos que suportam o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) fez “passar a ideia de que os resultados, não sendo bons, demonstravam, todavia, uma evolução positiva”.
Segundo os dados revelados pela empresa, as duas companhias aéreas tiveram em 2022 resultados líquidos negativos de 32,4 e 2,5 milhões de euros, respetivamente, mas o grupo esclareceu que 2022 foi “o melhor ano de receitas de sempre” tanto para a SATA Internationa-Azores Airlines (211,1 milhões de euros), como para a SATA Air Açores (92,2 milhões de euros).
Para António Lima, os resultados de ambas as transportadoras aéreas “são de facto muito maus”, sendo que os resultados operacionais antes dos juros, diferenças de câmbio e impostos são piores dos que se registaram em 2021″.
O dirigente assinalou ainda que os resultados operacionais da SATA Internacional “deterioraram-se em quatro milhões de euros” de 2021 para 2022, sendo que na SATA Air Açores esta deterioração atingiu os 12 milhões de euros.
De acordo com o líder do BE/Açores, a “evolução aparentemente positiva que se verifica nos resultados da SATA em 2022 explica-se pela utilização de engenharia financeira que melhorou artificialmente os resultados, nomeadamente através da inscrição de impostos diferidos como receitas”.
António Lima disse ainda que não está só nesta leitura, citando os auditores e revisores de contas que “expressam reservas às contas”.
