O presidente do PS advertiu hoje que o seu partido tem de cuidar a todo o tempo do Portugal democrático e defendeu que os socialistas são a força essencial para impedir a ascensão da extrema-direita no país.

Esta posição foi assumida por Carlos César no primeiro discurso do jantar comemorativo dos 50 anos do PS, no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, que ainda terá como oradores o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, o líder histórico dos socialistas espanhóis, Felipe González, o antigo presidente da Assembleia da República Jaime Gama e do secretário-geral do PS, António Costa.

Logo nas suas palavras iniciais, Carlos César deixou uma saudação a todos os antigos secretários-gerais do PS, salientando então a palavra “todos”.

Mas destacou o primeiro líder do PS e antigo Presidente da República: “Mário Soares é a nossa referência para sempre”.

No jantar estão presentes dois antigos secretários-gerais do PS, Vítor Constâncio e Ferro Rodrigues, e um dos fundadores deste partido na Alemanha, em 19 de Abril de 1973, o antigo secretário de Estado Arons de Carvalho.

Na sua intervenção, o antigo presidente do Governo Regional dos Açores defendeu que “o PS foi sempre decisivo nas grandes mudanças positivas que o país conheceu no último meio século”.

“Podemos dizer que fomos – e devemos procurar continuar a ser – um porto de abrigo da confiança dos portugueses. Ainda na segunda-feira voltámos a demonstrar isso com os aumentos das pensões para os nossos reformados”, referiu.

Para Carlos César, “o Portugal democrático, que venceu o Portugal amordaçado, tem valido a pena”.

“Tem de valer a pena e temos de cuidar a todo o tempo dele. Essa é cada vez mais uma missão deste nosso PS, uma missão que este partido tem de voltar a ser vencedor”, declarou, antes de elogiar o Governo liderado por António Costa.

Na perspetiva do presidente do PS, o seu partido “continua a ser uma força cívica essencial – uma força sensível às mudanças e, por isso, à sua própria mudança com a compreensão e resposta necessárias aos novos problemas e aos novos desafios com que nos confrontamos”.

Após observar que o PS é o partido socialista europeu com a maior representatividade parlamentar, tendo um Governo suportado por uma maioria absoluta, Carlos César referiu outro desafio que se coloca à sua força política.

“Somos a força partidária sobre a qual se tem a certeza que mais pode e mais quer impedir a ascensão ao poder da direita radical e da extrema-direita. Extrema-direita à qual, no nosso país, pese embora a sua arrogância a estridência, está felizmente por enquanto abaixo da dimensão da maior parte dos partidos congéneres na Europa”, disse.

A seguir, deixou uma farpa em setores da direita democrática.

“Essa extrema-direita confia com a benevolência dos seus amigos mais próximos à direita do PS. Compete-nos prosseguir com humildade e audição democráticas, corrigindo as desigualdades e melhorando os resultados da governação”, acrescentou.