O Bloco de Esquerda considera que não podem ser os trabalhadores da Cooperativa Praia Cultural a pagar pela incompetência e pela má gestão de quem tem estado à frente da Câmara Municipal da Praia da Vitória.

Em declarações após reunião com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, ontem, Alexandra Manes, coordenadora do Bloco na Terceira, salientou que o despedimento de dezenas de trabalhadores da Cooperativa Praia Cultural é uma opção política do executivo do PSD e do CDS da autarquia da Praia da Vitória.

“É a ideologia de direita em todo o sentido: não protege os trabalhadores e retira serviços públicos essenciais para a população”, acusa a dirigente do Bloco.

Alexandra Manes diz mesmo que estes trabalhadores estão a ser alvo de uma perseguição que os deixa com grande incerteza sobre o futuro, principalmente numa altura em que há uma inflação galopante e todas as famílias enfrentam dificuldades.

Não se sabe se a autarquia já efetuou algum contacto oficial com o Fundo de Apoio Municipal – o mecanismo nacional de equilíbrio financeiro para as autarquias em dificuldades –, mas Alexandra Manes salienta que, como se tem visto pelo exemplo de outras autarquias açorianas que recorreram a este apoio externo, os despedimentos não são uma imposição.

É mais um dado que leva Alexandra Manes a tirar a conclusão de que o despedimento de 65 a 80 trabalhadores da Praia Cultural é apenas uma opção política do atual executivo.

“Esta é uma decisão drástica que vai provar grandes dificuldades a muitas famílias e vai reduzir os serviços prestados à população”, lamenta a dirigente do Bloco.

Cada um dos 165 trabalhadores da Praia Cultural desempenha uma função concreta, assegurando o funcionamento dos postos de turismo, funcionamento de valências para crianças em ATL, idosos em Centros de Convívio, e pessoas com deficiência, além de serviços na área da cultura e na logística dos eventos organizados pela autarquia.

O despedimento de dezenas de trabalhadores da Praia Cultural vai afetar vários destes serviços, mas autarquia ainda não disse quais.

Alexandra Manes critica também a falta de transparência em todo o processo, e diz que não foi dada oportunidade ao sindicato para negociar.

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