O Governo dos Açores vai “avançar imediatamente” com o concurso público para a proteção da falésia da freguesia das Calhetas, em São Miguel, onde têm ocorrido derrocadas numa zona habitada que vai continuar a ser monitorizada, foi hoje revelado.

“Vamos avançar imediatamente com o concurso público para a obra de proteção da falésia”, afirmou a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, em declarações aos jornalistas.

Berta Cabral visitou hoje a zona da orla costeira da freguesia das Calhetas, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, onde a mais recente derrocada, na noite de sexta-feira, provocou a preocupação de moradores que ainda residem junto à falésia.

A derrocada ocorreu na orla costeira numa zona que está sinalizada e que se localiza perto da igreja da freguesia.

“Vamos dar os prazos mínimos que o código de contratação pública prevê, de maneira a arrancar com a obra o mais rápido possível”, vincou a governante, apontando como “grande objetivo” ter o processo adjudicado “durante o mês de maio” para dar início à obra “logo que seja possível”.

Segundo a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, trata-se de “um concurso internacional de mais de dois milhões e meio” de euros, estimando-se que, “na próxima semana”, o procedimento concursal seja publicado.

A zona tem sido “permanentemente monitorizada” por técnicos “desde o início deste ano”, na sequência das várias derrocadas que têm ocorrido “umas maiores, outras menores”, referiu.

De acordo com a governante, não é previsível que “a situação se agrave assim de um momento para o outro”.

“Mas a força da natureza escapa a qualquer ser humano. Vão aparecendo fissuras, vão-se motorizando as fissuras e se elas tiverem dimensões que se tornem preocupantes nesta altura procede-se ao realojamento de todas as pessoas”, explicou.

Berta Cabral sustentou que têm sido feitas “várias monitorizações pelo Laboratório Regional de Engenharia Civil, em conjunto com a direção regional de Obras Públicas”.

“Fomos sempre acompanhando a situação”, referiu, acrescentando que, após a derrocada na noite de sexta-feira, os técnicos “deslocaram-se logo ao local no sábado de manhã” e foram tomadas “todas as precauções” e medidas para garantir a segurança das populações na zona.

Alguns moradores decidiram abandonar as residências, optando por casas de familiares, mas Berta Cabral garantiu que “a partir de amanhã” quem pretenda ser realojado temporariamente poderá dirigir-se à direção regional da Habitação para avaliação da situação.

De acordo com Berta Cabral, “no máximo 10 habitações” estarão em situação de “maior risco”.

“As situações serão avaliadas e será dada prioridade àquelas que forem mesmo mais prioritárias. Quando virmos que a situação é mesmo critica, as pessoas terão de ser todas realojadas”, referiu.

A presidente da Junta de Freguesia das Calhetas, Cátia Tavares, sustentou que a visita da secretária regional transmitiu “conforto” à população.

“Só o facto de a secretária visitar o local e explicar às pessoas o que se vai passar é um grande conforto, principalmente quando se sabe que o concurso vai sair o mais breve possível”, afirmou.

Cátia Tavares disse ainda aos jornalistas que aquilo que “ansiava mais” era “apressar a obra”.

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