Segundo disse à Lusa o diretor do Instituto, o professor luso-americano Diniz Borges, Natália Correia foi escolhida “por ser uma figura impressionante do século XX e vanguardista de muitas formas”.
Com orçamento do Instituto Português Além-Fronteiras e de membros da comunidade portuguesa no vale central da Califórnia, que expressaram intenção de apoiar a iniciativa, a cátedra vai motivar a organização de eventos e palestras com escritores ligados aos Açores.
“Queremos instituir uma espécie de ‘fellowship’ em que possamos trazer, em cada outono, um escritor para fazer uma série de palestras no âmbito desse curso e ter algum contacto com o mundo académico e a comunidade local”, descreveu o professor Diniz Borges.
“Um outro aspeto tem a ver com alguns eventos culturais em torno da Natália Correia, em torno da poesia e da literatura”, continuou, referindo que o âmbito será alargado a mais escritores portugueses. O objetivo é organizar dois eventos por semestre.
A Cátedra terá um conselho consultivo formado por um “grupo de intelectuais” que irá dedicar-se aos Açores e à obra da escritora nascida no arquipélago.
A ideia é também “tentar estimular alguma investigação” e apoiar a publicação anual de trabalhos de pesquisa sobre Natália Correia, o que deverá ser feito através da Bruma Publications, o braço editorial do Instituto Português Além-Fronteiras. Além disso, várias edições da revista literária Filamentos serão dedicadas à autora.
“Gostaríamos de incentivar a pesquisa sobre a obra da Natália e também traduzi-la e torná-la mais acessível ao mundo americano”, frisou Diniz Borges, lembrando que são poucas as obras da escritora açoriana que estão disponíveis em inglês.
A cátedra e os eventos relacionados serão praticamente todos em língua inglesa, até porque muitos dos alunos que tiram o curso não são de origem portuguesa — ou sendo, não dominam o português a um nível avançado.
A Universidade, localizada numa das regiões com maior concentração de comunidades luso-americanas na Califórnia, tem uma ‘minor’ em Português criada há três anos.
“Um dos intuitos é que a cátedra crie mais entusiasmo através da obra e do pensamento da Natália Correia”, indicou Diniz Borges, “e, ao mesmo tempo, tentar através da ‘fellowship’ mais apoios para que os alunos que façam a ‘minor’ tenham algumas bolsas, até mesmo para investigação e explorarem estudos ligados à Natália”.
O Instituto Português Além-Fronteiras (PBBI, na sigla inglesa) assinalou o quarto aniversário em fevereiro com uma palestra do embaixador de Portugal nos Estados Unidos, Francisco Lopes.