O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Nunes da Fonseca, rejeitou hoje uma “relação direta” entre as condições do navio Mondego e a missão não cumprida nas ilhas Selvagens devido à inoperacionalidade da embarcação.
“Ontem [segunda-feira] houve uma resposta do Estado-Maior da Armada e portanto a ilação poderá ser tirada relativamente àquilo que foi esclarecido em resultado das averiguações. Eu não diria que há uma relação direta entre uma missão não cumprida e o estado dos equipamentos”, afirmou em declarações aos jornalistas, após uma reunião com o presidente do Governo dos Açores, em Ponta Delgada.
O CEMGFA tinha sido questionado sobre se a situação do ‘Mondego’ foi causada por falta de planeamento ou devido ao estado dos equipamentos da Marinha.
Em 27 de março, o navio ‘Mondego’ perdeu subitamente dois geradores elétricos e dois motores de propulsão devido a baixos níveis de combustível, a caminho das Ilhas Selvagens, na Madeira, mas já está recuperado e “encontra-se operacional”, anunciou a Marinha na segunda-feira, de acordo com a Marinha.
De acordo com o ramo, o navio “esteve sempre seguro” e “encontra-se operacional”.
Hoje, José Nunes da Fonseca assegurou que a “fiscalização” e a “vigilância” da costa da Madeira em “nada foram afetadas” pela inoperacionalidade da embarcação.
“[Foi] menos um meio para cumprir a missão, mas há outros meios empenhados: meios aéreos e meios eletrónicos, meios aéreos tripulados e não tripulados e meios eletromagnéticos. Há outras formas de fazer essa vigilância que não apenas com o meio naval”, salientou.
Em 27 de março, o ‘Mondego’ teve de abortar uma missão nas Ilhas Selvagens, na Madeira, por motivos de “ordem técnica”. Esta missão tinha como objetivo a rendição dos agentes da Polícia Marítima e de elementos do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza nas Ilhas Selvagens.
No dia seguinte, a Marinha adiantou que o navio seria objeto de uma inspeção técnica por parte de peritos da direção de Navios.
O navio ‘Mondego’ tem estado envolto em polémica depois de no passado dia 11 de março ter falhado uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após 13 militares terem recusado embarcar, alegando razões de segurança.
A Marinha participou o sucedido à Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal, tendo também instaurado processos disciplinares.