A distribuição de cargos entre PS e PSD na Associação de Municípios da Ilha de São Miguel – agora presidida por José Bolieiro, do PSD – e na MUSAMI – que continuará a ser presidida por Ricardo Rodrigues, do PS – demonstra que os dois partidos estão de mãos dadas no objetivo de construir uma central de incineração em São Miguel, um projecto que o BE considera megalómano e insustentável, quer do ponto de vista ambiental, quer financeiro.
Apesar de passar liderar a AMISM, o PSD vai manter nas mãos do PS a empresa que está a gerir o projeto de maior dimensão da associação: a construção da central de incineração, um investimento de dezenas de milhões de euros que tem suscitado polémicas sucessivas e revelado inúmeras contradições.
Alexandre Gaudêncio, logo após as últimas eleições autárquicas, dizia que “com novos dirigentes na AMISM, há toda esta sensibilidade e preocupação em olharmos novamente para o processo da incineradora, saber o ponto exato em que está e, se possível e se ainda for a tempo, ser alvo de uma revisão”. No entanto, a solução agora revelada demonstra, mais uma vez, que PSD e PS estão, como sempre estiveram, coligados para a instalação da incineração em São Miguel.
O Bloco de Esquerda continua a luta contra a incineração e exige a suspensão imediata do processo para que, de forma séria e transparente, se desenvolva uma solução integrada, ambiental e economicamente sustentável para os resíduos sólidos urbanos em São Miguel.