O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, disse, esta quinta feira, levar “muito a sério” os professores e as suas reivindicações, mas reiterou que na região será adotada a solução que for encontrada a nível nacional.
“Neste momento temos uma reunião que está convocada a nível nacional para o dia 11 e, conforme vos referi, seguimos de forma muito atenta e levamos muito a sério esta matéria”, declarou o chefe do Governo Regional.
Vasco Cordeiro falava aos jornalistas no Palácio do Governo, em Ponta Delgada, no final de um encontro com a direção da Associação Nacional de Turismo e num dia em que os docentes de São Miguel se manifestaram às portas da residência oficial do chefe do executivo pedindo, por exemplo, o descongelamento total das carreiras.
Nos Açores foram já recuperados dois anos e dois meses de tempo congelado, mas há ainda cerca de sete anos de tempo de carreiras por recuperar.
“Nem a pretensão dos professores surge só agora” nem “a posição e resposta do Governo Regional” é nova, frisa Vasco Cordeiro, lembrando que desde “finais do ano passado” que as estruturas sindicais da região sabem a posição do executivo.
De todo o modo, prosseguiu o chefe do executivo socialista, o objetivo será sempre o de manter nos Açores uma “carreira docente melhor” e com mais benefícios do que no continente e na Madeira.
Na quarta-feira, o presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, tinha exortado Vasco Cordeiro a retomar o diálogo com a classe docente.
O Ministério da Educação convocou na terça-feira as organizações sindicais de professores para uma reunião negocial em 11 de julho, em resposta à carta aberta que os sindicatos lhe endereçaram na segunda-feira.
Professores manifestam-se junto ao palácio de Santana
Imagens não editadas
Várias dezenas de professores juntaram-se esta quinta-feira ao final da manhã, junto ao palácio de Santana, onde está o Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro.
Vários cartazes e muitas palavras de ordem foram ditas como a “luta continua! Avelino para a rua!”.
Recorde-se que os professores estão em greve na região, contra o “total desrespeito” do Governo Regional para com as revindicações da classe, criticando também a postura do Ministério da Educação.
Recorde-se também que na passada terça-feira, o titular da pasta da Educação reiterou que não vai negociar e irá adotar na região a solução que for encontrada a nível nacional.
Avelino Meneses foi confrontado com uma manifestação de várias dezenas de professores que o assobiaram à entrada da Escola Básica e Integrada dos Arrifes, no concelho de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, onde foi assistir à apresentação do projeto base das novas instalações daquele estabelecimento de ensino.
O titular da pasta da Educação recordou que, em novembro de 2017, o Governo dos Açores assumiu perante os dois sindicatos representativos da classe na região que “seria aplicada a solução que viesse a ser encontrada a nível nacional”, na sequência das negociações entre o Governo da República e as forças sindicais.
Recorde-se ainda que o presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, exortou esta quarta feira o líder do Governo Regional, Vasco Cordeiro, a retomar o diálogo com a classe docente, vincando que o secretário com a pasta “já não existe”.
retomar o diálogo com a classe docente, vincando que o secretário com a pasta “já não existe”.
“A não existir um secretário com capacidade de diálogo com os professores, fica o apelo e o desafio para que o presidente do Governo intervenha para resolver esta situação, que se retome o diálogo, que as nossas competências próprias em termos autonómicos sejam exercidas”, assinalou o social-democrata.
Duarte Freitas falava aos jornalistas no fim de uma visita à Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, e abordava a greve de professores na região, pedindo os docentes, por exemplo, o descongelamento total das carreiras.