O 16.º Congresso dos Arquitectos terá lugar na cidade de Ponta Delgada, no Teatro Micaelense nos próximos dias 2, 3 e 4 de março de 2023.
O 16º. Congresso dos Arquitectos terá como mote “Qualidade e Sustentabilidade: construir o [nosso] futuro” e pretende, assim, investigar e refletir sobre novas formas de intervenção como meio de promover a consciência coletiva sobre o impacto social e ambiental da arquitetura.
O Programa Principal Complementar do 16.º Congresso dos Arquitectos, que contará com a participação e contributos de vários convidados nacionais e internacionais, arquitetos e não arquitetos, podem ser consultados em changematters.arquitectos.pt. Qualquer interessado pode acompanhar a transmissão online mediante uma inscrição gratuita em https://changematters.arquitectos.pt./programa#participation
Na Comissão de Honra do 16º Congresso dos Arquitectos, a organização conta com Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República; Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República; António Costa, Primeiro-Ministro; Duarte Cordeiro, Ministro do Ambiente e da Ação Climática; Marina Gonçalves, Ministra da Habitação; Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial; José Manuel Bolieiro, Presidente do Governo Regional dos Açores; Tiago Brandão Rodrigues, Presidente da Comissão de Ambiente e Energia; Berta Cabral, Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas; José António Marcos Soares, Presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores; Pedro do Nascimento Cabral, Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada; Alexandre Gaudêncio, Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande; Fernanda do Carmo, Diretora-Geral do Território; João Carlos dos Santos, Diretor-Geral do Património Cultural; Iñaqui Carnicero, Director Geral de Agenda Urbana e Arquitetura do Ministério de Trnasportes, Mobilidade e Agenda Urbana de Espanha; Ruth Schagemann, Presidente do Conselho de Arquitetos da Europa; e José Luis Cortés, Presidente da União Internacional dos Arquitetos (UIA), entre outros.
São oradores convidados Anthony Acciavatti, Blanca Martín-Calero, Carlos Quintáns, Iñaqui Carnicero, José Luis Cortés, Ruth Schagemann, Tiago Valente, Ivan Rupnik, Jan de Vylder, Kiel Moe e Helena Freitas, sendo que caberá à Comissária Europeia Elisa Ferreira a mensagem de abertura, e a Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, a mensagem de encerramento.
O programa complementar, aberto à comunidade, contará com um festival de cinema – MUDAR Film Festival – que de 1 a 3 de março tem lugar no Teatro Micaelense. Conta com um conjunto de filmes de realizadores portugueses e internacionais que, de 1956 até aos dias de hoje, pretende alargar o debate da prática da arquitetura às preocupações ambientais e sociais de uma comunidade em ‘transição’.
“Os açores e a alma do seu povo” (1956) de João Mendes; “Vilarinho das Furnas” (1971) de António Campos, “Encounters with landscape 3x” (2012) de Salomé Lamas, “Demolition” (2008) de J.P. Sniadecki; “As Figuras Gravadas na Faca com a Seiva das Bananeiras” (2014) de jJoana Pimenta; “The Unknown Craftsman” (2017) de Amit Dutta são os títulos propostos.
Será ainda exibido “Erupção vulcânica dos Capelinhos, Ilha do Faial – Açores” (1958), de Raquel Soeiro de Brito, que conta para o efeito com uma composição musical por Hilde Wollenstein. Raquel Soeiro de Brito, primeira mulher doutorada em Geografia em Portugal, em 1955, diz-se “francamente espantada, surpreendida, atónita, com o interesse que estes documentos estão a gerar, mas acho bem que os arquitectos se interessem pelo território. Nunca pensei porque tudo o que filmei foi para ajudar a ver, a compreender um fenómeno, no caso o vulcão. Emociona-me que se gere esse interesse, mas mal acredito que aquele filme, aquelas centenas de metro de filme, pudessem gerar este interesse que recentemente tem gerado. Levava a máquina na mão e medo do que me pudesse acontecer, mas sinto-me atónita de chegar a esta altura, 50 anos depois, e ver tanto interesse naquelas filmagens.”
Aos arquitectos a quem deseja “que tenham um bom Congresso” apela a que “tenham também respeito e cuidado com o território. Há muita coisa que se faz e muita técnica que se pode usar e que se faz bem, mas também há muitas coisas mal feitas. Um vulcão é um espanto, devemos ter muito cuidado e respeito, mesmo quando estão extintos, é preciso não fazer asneira.”
MUDAR Film Festival é uma iniciativa da Ordem dos Arquitectos numa colaboração com Jonathan Levine (Grémio dos Arquitectos) e Tiago Bartolomeu Costa (projecto FILMar), operacionalizada pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, com o apoio do Mecanismo Financeiro Europeu EEAGrants 2020-2024. A entrada nas sessões é livre, mas sujeita à lotação da sala.
A Ordem dos Arquitectos propõe ainda ROTEIRO PELA MUDANÇA, um programa de três percursos que convida a entrar em temas reais do território de São Miguel, cruzando-os com os do 16.º Congresso dos Arquitectos. Conta com especialistas de outras áreas disciplinares, para partilharem ideias enquanto se conhecem lugares que suscitam dúvidas e contestação na esfera pública local, refletindo sobre soluções para problemas globais.
Um percurso até à Lagoa do Fogo; outro pela frente marítima de Ponta Delgada com vista a abordar temas como o sobreturismo e os dois lados da moeda dos processos participativos; e um último, urbano, em Ponta Delgada, que propõe imaginar, conjuntamente, dinâmicas de uso inovadoras, são as propostas de ROTEIRO PELA MUDANÇA. A participação nesta iniciativa da Ordem dos Arquitectos, produzida por Rita Serra e Silva para Anda&Fala, é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia para congresso@ordemdosarquitectos.org.
Mas, de 1 a 5 de março, os arquitetos propõem ainda mais momentos abertos à comunidade, desde performances e espetáculos de rua, em Ponta Delgada e na Ribeira Grande, a debates, passando por uma exposição dos trabalhos vencedores dos três concursos de arquitetura organizados pela Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos, pela promoção das boas práticas de encomenda e defesa do interesse público por uma arquitetura de qualidade.