Na Etiópia, há uma guerra movida contra o governo constitucional, na qual Europa e EUA estão empenhados, para assegurar os seus interesses económicos e geopolíticos.
Os Talibãs, treinados e armados pelos os EUA nos anos 80, tomaram o poder em meia dúzia de dias. De nada servem as lágrimas de crocodilo: os Talibãs serviram para atacar o governo progressista afegão e as suas conquistas sociais.
Na Líbia, uma complexa e perigosa luta pelo poder estimula o conflito entre fações opostas, onde outros países (com a União Europeia e os EUA à cabeça) apostam em quem lhes dá melhores garantias, onde a vida humana nada vale.
Na Bolívia, em 2019, um violento golpe de estado pretendia dar acesso às maiores reservas de lítio a multimilionários como Elon Musk. O golpe foi derrotado em 2020, mas o país continua sob ameaça.
Na Palestina, colonos israelitas destroem aldeias e exercem terror sobre civis (a Palestina não tem exército…), para eliminar, pela força, o direito daquele povo à sua existência.
Na Ucrânia, em 2014, um golpe movido por forças abertamente fascistas – herdeiras dos batalhões nazis – instauraram um poder de má memória e agravaram a já frágil situação social e económica. Estes grupos nazis foram aberta e publicamente apoiados pela União Europeia, NATO e EUA.
No Iémen, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, apoiados por Israel e EUA, massacram impunemente e indiscriminadamente para gerar lucros de milhões.
Muitos outros exemplos podiam ser dados. Os conflitos militares multiplicam-se com o objetivo de gerar lucros. O maior negócio mundial continua a ser o das as armas e o da guerra. No chamado século do conhecimento, seria de esperar que as relações humanas e entre países assentassem no diálogo e na cooperação, e não na agressão e na ameaça.
O maior risco do nosso tempo não são as alterações climáticas. Não. As armas nucleares que existem são suficientes para destruir toda a civilização em horas. Nunca os gastos militares foram tão elevados! Nas vésperas da Cimeira para a Democracia, os EUA aprovaram um orçamento de 770 mil milhões de dólares (40% do total mundial) e conseguiram a extradição de Assange, jornalista cujo “crime” foi denunciar os crimes de guerra norte-americanos com documentos secretos.
Não sou utópico ou ingénuo: o exército de um país é necessário. Como disse Sun Tzu, se queres a paz, prepara-te para a guerra. No entanto, no século XXI, exige-se que o desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia, do Conhecimento abram uma época assente em relações mutuamente benéficas entre países considerados iguais em direitos e deveres, no diálogo e na cooperação, na construção conjunta e empenhada de um desenvolvimento que assegure, simultaneamente, o futuro do Planeta e da Humanidade.
Exige-se que caminhemos para o fim das guerras, cujo único motivo é político-económico, por interesses geoestratégicos, como o domínio de recursos naturais. Exige-se o fim dos conflitos, tantas vezes produzidos artificialmente, alimentando ódios, quando se podia escolher alimentar a amizade entre povos.
É urgente que, no imediato, se dê início ao desarmamento nuclear. É possível. Se alguém decidiu construir uma bomba nuclear, também é possível decidir eliminá-la. Da mesma forma, é possível acabar com os blocos político-militares, a começar pela NATO. De que servem hoje? Para que serviram antes? Para assegurar esses mesmos interesses geoestratégicos e dominar a maior área possível do planeta. Não foi assim em todas as guerras da História?
Parece utopia? Pensemos no planeta que temos hoje: é mais instável do que há 40 anos. Portanto, nem NATO, nem armas nucleares, contribuem para a nossa segurança, apesar de interesses poderosos tentarem construir a ilusão contrária. A quem serve esta ameaça permanente? Aos mesmos que lucram com a guerra. Estamos a falar da ganância de meia dúzia, à custa da miséria de milhões.
A conclusão é evidente: é urgente defender a Paz! Construir um mundo em que todos tenham direito à felicidade implica a dissolução de todos os blocos político-militares. Estas não são propriamente organizações democráticas… recorde-se que Salazar participou na fundação da NATO.
Não se pode construir um futuro melhor persistindo nas mesmas soluções de sempre! Garantir o futuro da Humanidade e do Planeta exige coragem para enfrentar os interesses que nos ameaçam. Comecemos este novo ano construindo um Mundo realmente Novo!