O Secretário Regional do Mar e das Pescas, Manuel São João, defendeu na quinta-feira uma maior rotatividade dos stocks de atum nos entrepostos da Região, no âmbito de uma reunião que manteve com representantes do setor.

”Temos, por parte da indústria, um compromisso muito importante, nomeadamente das empresas representadas pela Pão do Mar, na rotatividade dos stocks”, frisou, enaltecendo “consensos que permitem, por um lado, assegurar que não irá parar a safra do atum perante a falta de capacidade de congelação e, por outro lado, criar um mecanismo de rotatividade nos entrepostos que permita que as indústrias retirem o pescado congelado necessário à sua laboração normal por forma a que quando se chegar ao final da safra se tenha os entrepostos com o máximo de pescado congelado que permita trabalhar nos próximos meses, para evitar a sazonalidade e a importação de atum comunitário”.

Em análise às medidas implementadas na corrente safra de 2023, o Secretário Regional do Mar e das Pescas reuniu com as direções da Federação das Pescas dos Açores, APASA, Associação Pão do Mar e Lotaçor para auscultar o impacto destas na produção e indústria, que advém da limitação da capacidade dos entrepostos na região.

“Esta reunião insere-se num conjunto de reuniões que vimos mantendo durante a safra do atum e para ter aqui, de alguma forma, as sensibilidades quer da indústria e quer da própria produção e com a Lotaçor, como empresa do setor empresarial regional que tem a seu cargo os entrepostos da região”, sublinhou Manuel São João.

Acompanhando diariamente a safra, foram implementados, no inicio da semana, limites de descarga para a espécie Atum Bonito, consoante o segmento de frota, devido às limitações na capacidade atual dos entrepostos, recordando que há em curso uma reestruturação dos entrepostos da região.

Foi o caso de Santa Maria e o da Horta e presentemente a Madalena do Pico, sendo que este último representa nada mais nada menos que metade da capacidade de congelação da Região Autónoma dos Açores, daí ter havido este esforço para que quer a produção, quer a comercialização, quer a transformação encontrem as melhores soluções com vista a valorizarmos o pescado.

“A entrada da Conseran, que será inaugurada no dia 26 do corrente mês irá trazer ainda maior capacidade de transformação” e, portanto, “irá ser colmatada aqui esta necessidade de transformação de pescado dos Açores”, referiu Manuel São João, acrescentando que esta conserveira tem uma capacidade para transformar cerca de 20 toneladas por dia, aliviando a pressão dos entrepostos, tendo “já prevista essa possibilidade para fazer retirar dos entrepostos da região para instalações suas, uma quantidade substancial do pescado adquirido ao longo desta safra”.

Manuel São João adiantou também que a obra do entreposto da Madalena do Pico “tem que estar concluída até setembro, sendo certo que depois entra em fase de testes e há necessidade de proceder a mais algumas reparações para estar habilitada na próxima safra a poder funcionar em pleno”.