O Governo Regional aumentou em 63 mil euros anuais os custos com salários dos administradores da Sinaga em 2016, ao mesmo tempo que proibiu aumentos salariais para os trabalhadores, porque a empresa não tinha lucro. A denúncia foi feita hoje pelo deputado do BE, António Lima, no âmbito do debate de urgência sobre o Sector Público Empresarial dos Açores.
“Numa empresa que está em grandes dificuldades, que reduz grande parte da sua atividade, é preciso mais um administrador executivo. Para quê? Para fazer menos? Ou foi apenas mais um tacho?”, perguntou.
Depois de o Governo ter decidido suspender a produção de açúcar na Sinaga e reduzir o número de trabalhadores será assim na Sinaga: três administradores, que recebem 163 mil euros por ano, para gerir 28 trabalhadores. Ou seja, um administrador para cada 12 trabalhadores.
“É assim a política do Governo Regional, aumentos para alguns, poucos, congelamentos para os trabalhadores”, disse António Lima.
O deputado do Bloco centrou a sua atenção no futuro dos 46 trabalhadores que vão sair da Sinaga e que irão trabalhar na administração pública. António Lima não aceita a solução temporária apresentada pelo Governo Regional, e exige que os trabalhadores que transitam para a administração pública sejam integrados definitivamente, e que não fiquem dependentes de um acordo de cedência de interesse público temporário.
“Se houve meios para salvar o accionista, tem de haver meios para salvar os trabalhadores”, salienta o deputado do BE, que acrescentou que “se o Governo Regional teve a arte e o engenho para aumentar a despesa com os administradores, também devia conseguir ter a arte e o engenho para resolver a situação dos trabalhadores”.